No jogo mais aguardado deste início de temporada em São Paulo, o Corinthians venceu o Palmeiras por 2 a 0, acabando com a invencibilidade do rival no Paulistão, às vésperas das estreias de ambos na Libertadores. Rodriguinho abriu o placar com um golaço no primeiro tempo, com um corte sensacional em Borja e Antônio Carlos depois de 28 passes e um minuto e 23 segundos com a bola no pé do Timão. No segundo, muita polêmica. Raphael Claus apitou pênalti de Jailson em Renê Júnior (e ainda deu cartão vermelho para o goleiro palmeirense) após ser alertado pelo quarto árbitro. Os palmeirenses ficaram furiosos, e Dudu chegou a tentar tirar os companheiros de campo. Mas Jadson cobrou o pênalti para fora. Vinte minutos depois, novo pênalti para o Corinthians, desta vez de Dudu em Rodriguinho. Clayson pegou a bola e fez o segundo gol corintiano.
CARILLE 100%
Fábio Carille agora soma quatro vitórias em quatro clássicos contra o Palmeiras. Detalhe: contra quatro técnicos diferentes no adversário (Eduardo Baptista, Cuca, Alberto Valentim e agora Roger Machado).
RECLAMAÇÃO PALMEIRENSE
Dudu, capitão do Palmeiras, saiu furioso. Ele, que chegou a tentar convencer os colegas de time a saírem de campo, disse após o apito final de Raphael Claus:
"Aqui não tem como jogar, na duvida é Corinthians. Depois de um minuto e meio deu pênalti. Tem explicação? Ele que deu o pênalti? Aqui é muito dificil!"
Dudu se referia ao fato de Claus ter assinalado pênalti muito depois do choque entre Jailson e Renê Júnior. O goleiro Fernando Prass, que substituiu o expulso Jailson, lembrou que, no primeiro tempo, houve um lance semelhante, com Cássio saindo no abafa e se chocando com Borja, mas nada foi marcado.
Jailson emendou: "Passaram a mão de novo na gente aqui"
A GRANDE POLÊMICA
Teve polêmica de arbitragem? Claro que sim. Aos 15 minutos do segundo tempo, Renê Júnior saiu na cara de Jailson, tentou o corte e caiu no choque com o goleiro palmeirense. O árbitro Raphael Claus deu continuidade ao lance. Mas, quase dez segundos depois, parou, avisado pelo quarto árbitro. E deu pênalti. E expulsou Jaílson! Os palmeirenses ficaram furiosos. Dudu, com a braçadeira de capitão, chegou a falar para os colegas de time "Vamos sair de campo". Eles acabaram ficando, e viram, já com Prass no gol (saiu Lucas Lima), Jadson desperdiçar a cobrança, chutando pra fora.
A EXPLICAÇÃO
Diante da reclamação intensa dos palmeirenses, o árbitro Raphael Claus concedeu entrevista coletiva na Arena Corinthians, quase duas horas após o fim do Dérbi, para explicar o lance do pênalti de Jailson em Renê Júnior:
"Aconteceu uma dividida forte, dentro do campo. Visualizo uma dividida entre Jailson e Renê. Tenho uma sensação de impacto, mas sem convicção pra marcar. A jogada continua, numa situiação iminente de gol. Quando a bola sai, eu me aproximo do Renê e vejo dois buracos na coxa do Renê. Quando visualizo, tenho uma noção de que foi uma entrada com as travas da chuteira, e quando visualizo ,tenho convicção de que teria de ser expulso, por força excessiva. O jogo não havia sido reiniciado e tinha de marcar a penalidade", disse Claus.
CENAS FORTES
Depois do jogo, questionado sobre o lance do pênalti, Renê Júnior mostrou a marca da entrada de Jailson
E TEVE MAIS PÊNALTI!
Aos 36 do segundo tempo, Rodriguinho recebeu na área e foi derrubado por trás por Dudu (que já tinha cartão amarelo, mas não foi advertido pela falta). Clayson pediu pra bater, mandou no meio do gol e marcou.
QUE GOLAÇO!
O gol de Rodriguinho foi um golaço. Após um minuto e 23 segundos rodando a bola de pé em pé (foram 28 passes!), o meia recebeu de Maycon e, com um único corte, deixou Borja e Antônio Carlos no chão. Com caminho livre, chapou de esquerda no canto de Jailson. Detalhe: todos os jogadores de linha do Corinthians tocaram na bola. Só Cássio não participou desse golaço.
RENDA E PÚBLICO (COM TORCIDA ÚNICA)
Público: 42.178 pagantes
Renda R$ 2.476.111,10
FIM DA INVENCIBILIDADE
Jailson ficou 29 jogos sem perder. Acabou expulso quando o Corinthians já vencia por 1 a 0 e derrubou Renê Júnior na área. Ele perdeu a chance de superar uma marca de invencibilidade de Velloso e ficar atrás somente de Emerson Leão, que ficou 42 jogos sem perder pelo Palmeiras entre 1971 e 1972. No ano, o Palmeiras tinha oito jogos de invencibilidade, com seis vitórias e dois empates. Jailson saiu revoltado com a arbitragem:
"Sei que posso ser punido, mas passaram a mão de novo aqui dentro, todo jogo é assim! Vou ser punido, mas tenho de falar: passaram a mão de novo na gente"
O QUE VEM POR AÍ!
Agora é Libertadores, amigo! O Corinthians estreia na quarta-feira, contra o Millonarios, em Bogotá, na Colômbia. No mesmo país, mas em Barranquilla, o Palmeiras pega o Junior na quinta. Pelo Paulistão, o Timão volta a jogar no domingo, contra o Santos, no Pacaembu (com mando e torcida única do Peixe). Já o Verdão jogará na segunda (dia 5), em casa, contra o São Caetano.
PAULISTÃO
Depois de três jogos sem vitória, o Corinthians voltou a vencer e chegou a 16 pontos, consolidando-se na liderança do Grupo A (o Ituano tem 11 e um jogo a menos). O Palmeiras, mesmo com a derrota, segue folgado na liderança geral e do Grupo C, com 20 pontos.
A TÁTICA DO CORINTHIANS
Fábio Carille confirmou a escalação do Corinthians na véspera, mas deu uma pequena blefada. O técnico disse que Romero seria o jogador mais centralizado no ataque. Não foi. O paraguaio passou a maior parte do jogo aberto pela direita, como de costume. Coube a Rordriguinho e Jadson serem os homens mais centralizados, flutuando entre as duas linhas de quatro do Palmeiras e tentando abafar a saída de bola comandada por Felipe Melo. Demorou mais de 30 minutos para a tática funcionar, principalmente por conta dos erros na saída de bola (Renê Júnior andou vacilando). Mas quando deu certo, resultou no gol de Rodriguinho, aos 39 minutos. No segundo tempo, o Palmeiras voltou melhor, e o Corinthians chegou a se retrair. Mas então teve a expulsão de Jailson e o pênalti, que Jadson desperdiçou aos 20. Com um a mais em campo, porém, o Timão soube segurar a vantagem e ainda marcou o segundo em novo pênalti (desta vez, com Clayson).
A TÁTICA DO PALMEIRAS
Roger Machado tentou compactar o time apostando num erro de passe do Corinthians para sair no contra-ataque. Quase deu certo, principalmente quando marcou mais à frente. Em duas oportunidades no primeiro momento, Borja foi acionado dessa forma, mas não conseguiu finalizar do jeito que queria. No geral, o Palmeiras ficou menos com a bola. E acabou saindo atrás no placar, justamente quando afrouxou a marcação (o Corinthians tocou a bola por 1min23seg até Rodriguinho marcar). No segundo tempo, Roger voltou com Gustavo Scarpa no lugar de Willian, aberto pela direita. A ideia era ter mais a bola, buscando jogo com Lucas Lima. E o time conseguiu equilibrar o jogo. Até que veio o lance do pênalti e a expulsão de Jailson aos 15 minutos. Roger teve de colocar Fernando Prass no lugar de Lucas Lima. Menos mal que Jadson mandou o pênalti pra fora, mas, com um homem a menos e em desvantagem no placar, o Palmeiras mal conseguiu se ajeitar em campo. Acabou levando o segundo gol em novo pênalti.
Fonte: Globo Esporte
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