quarta-feira, outubro 11, 2017

Apicultura é negócio rentável apesar da estiagem, garante produtor

Brasil está em décimo lugar na produção mundial de mel de abelha e, apesar de não explorar o seu bioma na sua totalidade, registra uma produção de 44 mil toneladas de mel por ano, fora a parte produzida de forma artesanal que é vendida porta a porta e entre amigos. O país possui potencial para crescer no mercado mundial de mel que é crescente e devido a uma quantidade exacerbada de veneno utilizada no mundo, está provocando um declínio da população apícola.

Segundo o gestor ambiental mineiro, com pós-graduação em Apicultura, Robson Souza Raad, que está participando da programação técnica do Espaço Sebrae Terroir, na 55ª. Festa do Boi, em Parnamirim, a produção de mel representa um ganho significativo para o apicultor, que não necessariamente precisa ser dono de terra para iniciar uma produção. “É preciso ficarmos atentos ao declínio mundial da população apícola, porque entre 50% a 70% de todos os alimentos do mundo dependem de polinização. No caso das frutas estas são totalmente dependentes”, alerta o apicultor.

Há 37 anos na atividade apícola município de Faria Lemos, situado na Zona da Mata mineira,  Robson Raad reconhece que nunca houve uma época tão boa com preços tão estáveis, o que dá uma segurança econômica a atividade. Atualmente o quilo do mel tradicional gira em torno de R$ 10,00 a R$ 12,00 o quilo. O mel mais claro e mais denso, considerado superior, chega até R$ 16,00 o quilo.

Segundo Raad, há 20 anos se vendia um balde de 25 quilos de mel para comprar uma colmeia, enquanto que atualmente com a venda de apenas um balde é possível adquirir quase duas colmeias. Ele adverte que para se produzir mel e derivados tem que haver comprometimento com a atividade e aplicar novos conceitos, porque a apicultura é uma atividade bastante dinâmica, que muda muito rápido.

Robson Raad faz parte de uma associação que abrange 38 cidades de três Estados –  Espírito Santo, Rio e Minas – e conta com 198 sócios. Ele afirma que o conhecimento é fundamental para ter uma visão mais profissional da apicultura, porque as abelhas não param de trabalhar nunca. “Aqui no semiárido requer um outro tipo de comportamento porque é a chamada apicultura de precisão. Há um longo período de estiagem e um período chuvoso muito curto. Não se pode esperar a época de chuva para poder se preparar para desenvolver a atividade. Mesmo que a chuva atrase um pouco mais e haja aquela manobra climática, é preciso se preparar, à exemplo do que é feito noutros países”, ensina.

Produtor apícola de rainhas, Raad faz seleção e melhoramento genético das abelhas, e lembra que a transferência de tecnologia de qualidade tem custo elevado para o produtor e que o Sebrae tem um papel fundamental no desenvolvimento da apicultura. “Com um corpo técnico extremamente competente, o Sebrae tem dado uma importante contribuição para a nossa atividade. O aprendizado é contínuo e deve ser aplicado no dia a dia”, reconhece.

As boas práticas de produção apícola começam desde o campo, aonde é feita a extração do mel, através de um bom manejo das colmeias. “Não existe criação de animal em lugar nenhum do mundo que a alimentação não seja primordial. Há uma visão equivocada de que se pode criar abelhas sem alimentar os enxames. É preciso alimentar esses animais, manejar as colmeias corretamente e respeitar o ciclo biológico. Enfim, auxiliar esses animais a nos dar o que queremos, que são os produtos apícolas. O semiárido é extremamente rico”, diz o apicultor.

Robson Raad explica que quando há escassez de pólen, é possível fazer uma parte da proteína com soja, levedura de cerveja, de cana-de-açúcar, complexos minerais e os carboidratos. Como se fosse uma ração animal. Num período muito longo é possível dar até alguns xaropes. “Eu particularmente prefiro trabalhar com o açúcar seco, porque não existe risco nenhum de dar o produto errado. É importante frisar que a abelha não estoca açúcar seco”, diz o apicultor.

Fonte: Agência Sebrae

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