sábado, setembro 23, 2017

Temer diz ser alvo de 'ilações e provas forjadas' em vídeo sobre nova denúncia

O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira (22) ser alvo de "ilações e provas forjadas" ao comentar a nova denúncia oferecida contra ele pela Procuradoria Geral da República.
Temer divulgou um vídeo nas redes sociais para falar sobre o assunto.
Em outro trecho, ele também avaliou que a acusação busca "paralisar" o Brasil e "desestabilizar" o governo dele.
"Lançaram contra mim ilações, provas forjadas, denúncias ineptas produzidas em conluios com malfeitores. Mais recentemente, as mesmas mãos que tentaram tirar o país dos trilhos da recuperação e do crescimento voltam à carga. Repetem seu procedimento: vazam para a imprensa depoimentos mentirosos, sem base em fatos e nenhuma conexão com a verdade." – Michel Temer
O presidente foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal na semana passada. A PGR o acusa de ter praticado os crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
Mas o STF só poderá analisar a denúncia se a Câmara dos Deputados autorizar.
A acusação da PGR chegou à Câmara nesta quinta e a previsão do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é que a votação aconteça em outubro.

'Marcha da insensatez'
Na avaliação do presidente, há uma "marca da insensatez" contra ele, o que o deixa "indignado".
Quando a denúncia foi oferecida, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência divulgou uma nota com teor semelhante, na qual o Palácio do Planalto acusou o então procurador-geral, Rodrigo Janot, de atuar em uma "marcha irresponsável" contra o presidente.

Na mesma nota, a Presidência da República afirmou que a acusação oferecida é "recheada de absurdos".
"Só regimes de exceção aceitaram acusações sem provas, movidos por preconceito, ódio, rancor ou interesses escusos. Lamento dizer que, hoje, o Brasil pode estar trilhando este caminho." – Michel Temer
Íntegra
Leia abaixo a íntegra do pronunciamento:
Boa tarde a todos!
A verdade é valor essencial nas democracias. É sobre ela que se fundam as relações sociais e a força das nossas instituições. Fora do compromisso com a realidade, nosso destino é incerto e podemos ser conduzidos a trágicos desastres. A história está repleta de exemplos.
Só regimes de exceção aceitaram acusações sem provas, movidos por preconceito, ódio, rancor ou interesses escusos. Lamento dizer que, hoje, o Brasil pode estar trilhando este caminho.
A única vacina contra essa marcha da insensatez é a verdade. E a verdade é a única arma que tenho para me defender desde o início deste processo de denúncias e que busca desestabilizar meu governo e paralisar o avanço do Brasil.
Tudo que afirmei desde o início dos ataques que venho sofrendo, podem conferir, se confirmou. Apontei as reais intenções dos delatores; denunciei a manipulação de mercado que lhes deu ganho de milhões; critiquei o perdão amplo que obtiveram. Cobrei, ainda, o inexplicável envolvimento de integrantes do gabinete do ex-procurador-geral da República, que depois, certamente, foram ganhar dinheiro das empresas dos delatores; relatei que a delação e a gravação começaram muito antes dos relatos oficiais. Há ainda muitos fatos estranhos que esperam por ser explicados nesta estranha delação induzida.
Lançaram contra mim ilações, provas forjadas, denúncias ineptas produzidas em conluios com malfeitores. Mais recentemente, as mesmas mãos que tentaram tirar o País dos trilhos da recuperação e do crescimento voltam à carga. Repetem seu procedimento: vazam para a imprensa depoimentos mentirosos, sem base em fatos e nenhuma conexão com a verdade.

Diante dos ataques que se renovam, quero expressar minha indignação e manifestar minha profunda revolta com a leviandade dos que deveriam agir com sobriedade.
Tenho orgulho de estar presidente da República pelo que pude fazer até agora. Em resumo, retirei o País da recessão mais grave de toda sua história em pouco mais de ano e quatro meses de governo. Farei muito mais até janeiro de 2019. Mas também me orgulho de uma longa vida de muito trabalho, estudo e dedicação ao longo da qual fui advogado, professor, procurador do Estado, Presidente da Câmara e, agora, Presidente da República. Quero continuar a honrar meu nome, herança limpa que recebi de meus pais e que deixarei limpo para meus filhos, filhas, netos e netas.
A verdade prevaleceu ante o primeiro ataque a meu governo e a mim. A verdade, mais uma vez, triunfará. Tenho convicção absoluta de que a Câmara dos Deputados encerrará esses últimos episódios de uma triste página de nossa história, em que mentiras e inverdades induziram a mídia e as redes sociais nestes últimos dias. A incoerência e a falsidade foram armas do cotidiano para o extermínio de reputações.
O princípio básico da inocência foi subvertido: agora todos são culpados até que provem o contrário. E nem provas concretas bastam para repor a verdade. A marca indelével da desonra ficará em muitos inocentes que foram atingidos. Luto e lutarei contra qualquer pecha que tentem me colocar neste sentido.
Graças aos áudios que tentaram esconder, mas que vieram a público acidentalmente, sabe-se que, contra mim, armou-se conspiração de múltiplos propósitos. Conspiraram para deixar impunes os maiores criminosos confessos do Brasil, finalmente presos, porque sempre apontamos seus inúmeros delitos.
Queriam parar o País, comprometer a recuperação dos investimentos, impedir a retomada, cada vez mais forte, dos empregos.
Tenho convicção de que os parlamentares submeterão essa última denúncia aos critérios técnicos e legais, e à verdade dos fatos. Uma análise crítica e desapaixonada provará os abusos dos que conspiraram contra a Presidência da República e o Brasil.
Muito obrigado pela sua atenção, boa tarde.

Fonte: G1

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