terça-feira, março 21, 2017

Chile diz que restrições adotadas valem para toda carne produzida no Brasil


O Ministério da Agricultura do Chile informou nesta terça-feira (21) ao G1 que a sua restrição temporária à importação de carne brasileira vale para todas as empresas brasileiras, não apenas para o produto saído dos 21 frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca.
Em 2016, o Chile importou US$ 441 milhões em carnes do Brasil.
A restrição, informou o ministério, segue em vigor mesmo depois da conversa do ministro da Agricultura brasileiro, Blairo Maggi, com o colega chileno, Carlos Furche, que ocorreu na noite de segunda-feira (20).
O Chile foi um dos países que anunciaram, na segunda, medidas contra a carne brasileira após a repercussão das revelações feitas pela Polícia Federal dentro da Carne Fraca. O país, entretanto, não havia deixado claro, até agora, se a restrição seria para toda a carne brasileira ou apenas para a produzida nos 21 frigoríficos investigados pela PF, como fez, por exemplo, a União Europeia.
No final da tarde de segunda, o ministro Blairo Maggi afirmou que o governo poderia retaliar produtos chilenos se a restrição do país barrasse totalmente a importação de carne do Brasil.
Segundo a assessoria do Ministério da Agricultura brasileiro, Maggi comunicou ao ministro chileno, na noite de segunda, que apenas 21 frigoríficos são investigados na Carne Fraca e que, desses, apenas um exportou carne de ave para o Chile - o frigorífico da Seara que fica em Lapa (PR).
Também na segunda, Maggi anunciou a suspensão das exportações de carnes por esses 21 frigoríficos.
O ministro chileno deu uma série de entrevistas a veículos locais sobre a suspensão da compra de carne do Brasil. Pelo Twitter, o Ministério da Agricultura chileno informou que o ministro disse, nas entrevistas, que a proibição é temporária e que serviria para dar segurança aos consumidores.
A respeito da ameaça de Maggi de retaliar produtos chilenos, Furche afirmou que não ia dar muita importância ao que foi dito.
A uma rádio local, o ministro da agricultura do Chile disse ainda que todas as decisões do país seriam tomadas com calma e não "com base em ameaças." Ele informou ainda que o próprio ministro brasileiro ligou para ele e "reformulou" sua fala sobre retaliação.
Na segunda, Maggi disse que o Brasil é grande importador de produtos do Chile, entre eles peixes e frutas, e que "os produtores brasileiros vivem reclamando que deveríamos criar barreiras."
"O comércio é assim, não tem só bonzinho. Comércio é feito a cotovelada e, se eu tiver que ter uma reação mais forte com o Chile, eu terei", disse o ministro.

Fonte: G1

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