quinta-feira, setembro 22, 2016

Moradores armazenam água para racionamento na Grande Vitória

http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Primeiros da fila do racionamento de água da Grande Vitória, moradores de bairros como Comdusa, em Vitória, e São Torquato e Argolas, em Vila Velha,
já se preparavam para lidar com as 24 horas previstas sem abastecimento.
O racionamento na Grande Vitória começa às 12h desta quinta-feira (22). As áreas atingidas foram divididas em sete regiões, cada uma com pelo menos 33 bairros nos municípios de Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana e o bairro Praia Grande, em Fundão. São 431 bairros no total. >> Confira lista com todos os bairros que vão passar por racionamento na Grande Vitória
Nesta quarta-feira (21), tinha morador lavando todas as roupas que estavam sujas na casa para não usar a máquina de lavar nesta quinta. Em outra residência, a reforma que está em andamento vai ser suspensa neste dia de racionamento.
É o caso de Luciano Rocha, 42 anos, morador de Argolas, em Vila Velha, que terá o fornecimento de água cortado a partir de meio-dia.
“Vamos parar tudo hoje. A medida é justa porque se o ser humano tivesse pensado no problema 20 anos atrás, não teria acontecido isso”, diz Luciano.
Em casa, ele tem caixa reserva para armazenamento. “Minha mulher também reaproveita a água da máquina de lavar para fazer a limpeza interna”, relata Luciano.
A moradora de Argolas, Lilian de Jesus Rocha, 31, teme passar dificuldades com a falta d’água.
“Vou encher o que eu tiver de vasilha em casa, a máquina de lavar. Moramos em cinco aqui. Acho que vamos passar aperto porque minha mãe é acamada e tem um banho mais demorado”, lamenta.
Ela é moradora de um dos 58 bairros que vão abrir o período de racionamento de água. Ao todo, 431 vão passar pela situação. Eles estão distribuídos nas cidades de Vitória, Serra, Cariacica, Viana e Vila Velha.
Esses locais foram divididos em sete regiões. Cada uma delas ficará 24 horas sem água, uma vez por semana. A interrupção acontecerá sempre do meio-dia até as 12 horas do dia seguinte.
O casal Mauro Elias, 48, e Maria da Penha Alves, 43, vivem há mais de 20 anos no bairro Comdusa, na região da Grande São Pedro, Vitória.
Acostumados com a falta de água no local, um dos pontos mais altos da cidade, já têm o hábito de estocar água em garrafas pet para os dias de torneira seca.
“Antigamente só tinha água às dez horas da noite. Hoje está melhor, mas depois de tanto tempo a gente acostuma. Também tenho muitas garrafas pet com água”, destacou o morador, que possui três caixas d'água em casa. O fato de o casal manter uma boa reserva não os deixou acomodados.
Mauro, que não lava mais o carro com mangueira, aproveita os dias de chuva para limpar o automóvel. “Quando chove, como foi o caso de terça-feira, deixo o carro na rua para que o tempo lave. A garagem nós só lavamos com água reutilizada”, disse. Maria da Penha também faz sua parte e cobra dos filhos para que não desperdicem água.
“Nós economizamos bastante. Banho, por exemplo, não é demorado. Quando nossos filhos estão no chuveiro eu sempre chamo a atenção para serem rápidos”, conta Maria da Penha, mãe de um filho e uma filha com o pedreiro.
Armazenar água não é indicado
O armazenamento de água pelo medo do corte pode surtir um efeito contrário: com o aumento do consumo de água o período de racionamento pode ser ainda maior.
Moradores lançaram mão de caixas, bombonas, baldes e até garrafas pet para  armazenar água. A expectativa com a restrição ao abastecimento é de que o consumo seja reduzido em torno de 15% a 20%.
Se isso não ocorrer, aliado às quedas constantes nas vazões dos rios, corre-se o risco de o corte ser ampliado. “Se o consumo for maior do que a disponibilidade dos rios, podemos chegar ao estágio 2”, explicou Amadeu Wetler, diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan).
Vendas de caixas d'água
Apesar da orientação para economizar água e não estocar, moradores da Grande Vitória estão correndo para as lojas de materiais de construção para comprar caixas d’água. Comerciantes já registram um aumento de 22% nas vendas.
É o caso de Bruno Zanetti, em Fradinhos, Vitória, proprietário de um desses estabelecimentos e que já se preparou para atender à demanda.
“Desde que as notícias do racionamento começaram, a procura por caixas d’água aumentou muito. Essa semana já fiz mais um pedido para reforçar o estoque”, argumenta o proprietário.

Fonte: G1

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