sábado, agosto 22, 2015

Povoado com 40 pessoas vive isolado na Cordilheira dos Andes

 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Uma paisagem misteriosa. A superfície rochosa, irregular de uma aridez sem fim. Tudo muito diferente. Parece até que vamos aterrissar em outro planeta.
Estamos em Puna, no noroeste da Argentina. É um deserto de altitude, de três a seis mil metros acima do nível do mar! Um lugar único no mundo. E praticamente desconhecido. A Puna argentina é considerada uma das regiões mais desabitadas do planeta.

Os jegues selvagens e as lhamas convivem pacificamente em um cenário deslumbrante. Os flamingos procuram alimento no lago. Puna é um deserto de cores variadas, do dourado da areia ao branco da neve, no alto da cordilheira dos Andes. Não é à toa que as montanhas estão cobertas de gelo. O sol aparece, mas o termômetro indica 13 graus abaixo de zero. As montanhas sagradas de Macon são tão claras que lembram dunas de areia.
Nas lagoas conhecidas como “olhos do mar”, há água salgada – em plena Cordilheira dos Andes. Dependendo do ângulo e da luz do sol, é possível ver a cor que deu nome ao lugar: às vezes, azul turquesa, ou verde esmeralda. A natureza em Puna tem mesmo tonalidades infinitas: nas lagoas "olhos do campo", parece que jogaram tinta laranja na água. A tonalidade vem dos micro-organismos existentes por lá.
A equipe do Globo Repórter segue em direção ao vulcão branco. A forma ainda é perfeita, arredondada, de uma cratera vulcânica, na boca do que, na sua última erupção, jogou cinzas brancas ao longo da Cordilheira dos Andes, formando um campo de pedra pomes. E, até dentro da cratera, as cinzas brancas ainda estão petrificadas. A fúria do vulcão mudou completamente a paisagem na área do deserto de Puna.
“É comparável à erupção do vulcão Vesúvio, um vulcão muito conhecido que sepultou o povo de Pompeia, na Itália. Essa erupção ocorreu há mais de dois milhões de anos – e por sorte não houve nenhum povo sepultado, porque não existia vida na Terra”, disse o guia Joaquim Bergese.
O campo de pedra-pomes é um conjunto de obras de arte da natureza, formado a partir das cinzas do vulcão numa área de 75 mil hectares do deserto andino – considerado uma das sete maravilhas naturais da Argentina. Os blocos de pedra chegam a 50 metros de altura. Formam imensos labirintos, barreiras intransponíveis que resistem ao tempo.
Comunidade com 40 moradores vive no alto da Cordilheira dos Andes
Salina Grande é um dos cinco desertos de sal das montanhas. Uma imensa planície de 250 quilômetros quadrados de puro sal. No alto da Cordilheira dos Andes, a 3.500 metros de altitude. Parece um imenso tapete branco rachado, que desaparece no horizonte. O deserto foi o que sobrou de um lago pré-histórico, que secou há milhares de anos. O solo é bem firme e plano. Tanques abertos no solo servem para a extração de sal. A crosta de cerca de meio metro de espessura é rica em sódio, potássio e lítio. Dentro, uma ilusão: a água se torna um espelho e reflete o fundo.
Mesmo com o frio do inverno, a radiação solar é impetuosa e insalubre. A variação térmica pode chegar a 60°C em 24 horas. O branco intenso lembra a neve. Tem até esculturas feitas de sal. Mas são poucos que se aventuram a ir até lá.
Depois de passar pelas salinas, a equipe do Globo Repórter foi atrás de campos mais férteis e encontrou um oásis. As lhamas aproveitam para matar a sede na vega de Antofalla. Vega significa “pequeno rio no deserto”. Esses animais são imprescindíveis para quem mora tão isolado. Fornecem carne, lã e leite. O riacho, com água que nasce nas montanhas, atraiu uma pequena comunidade com 40 moradores.
O povo é, na maioria, descendente dos índios. Miguel, de 32 anos, se tornou o cacique, e comanda como se fosse uma espécie de prefeito. O isolamento é o maior desafio. O povoado mais próximo fica a 300 quilômetros de distância. A equipe precisa encontrar um lugar para dormir e é muito bem recebida em uma casa.
Aníbal e Olga, pais de Valentina, têm também outra filha. É uma família de vida simples. No fundo do quintal, eles têm uma pequena criação de ovelhas.
A família se reúne na cozinha e o fogão a lenha é também a lareira da casa, onde todos se aquecem. A família de quatro pessoas representa 10% da população de Antofalla. Mas vai ter mais um habitante: Olga está grávida, no sétimo mês. Para ela ter o bebê vai ter que viajar 500 quilômetros até Salta, um dia de viagem pelas estradas de terra. E ela ainda não sabe se é menino ou menina, porque não tem como fazer o exame de ultrassom. Mesmo com tantas dificuldades, eles não pensam em sair de lá.

Fonte: G1

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