quinta-feira, agosto 06, 2015

Em vídeo, pedreiro diz que se sente 'acabado' após confessar homicídio

Pedreiro Geraldo José Amaro do Nascimento, de 41 anos (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)O homem que confessou à polícia ter matado duas pessoas na cidade de Macaíba, na região Metropolitana de Natal, diz que se sente “acabado”. Ele também conta que está arrependido, embora isso
não faça mais diferença alguma: “Me arrepender eu me arrependi, mas não tem mais jeito, não volta mais”. As palavras do pedreiro Geraldo José Amaro do Nascimento, de 41 anos, estão em um vídeo gravado na manhã desta quinta-feira (6) pelo delegado Normando Feitosa. "Geraldo é um homem frio", resumiu o delegado.

O G1 teve acesso exclusivo à mídia (veja vídeo acima). A gravação trata da morte de um vizinho de Geraldo, o paranaense Ricardo Neubauer, de 36 anos. Ele foi alvo de disparos de arma de fogo, teve o corpo enrolado numa lona, colocado numa mala e enterrado em um capinzal. O crime aconteceu no dia 29 de junho, mas só foi descoberto na tarde desta quarta-feira (5), quando o pedreiro admitiu o homicídio e mostrou à polícia onde havia enterrado o cadáver.
No início do vídeo, Normando pergunta a Geraldo se foi ele mesmo quem matou Ricardo Neubauer. A resposta é imediata: "Sim. Matei, sim senhor". Em seguida, o delegado pergunta a motivação do crime. E mais uma vez Geraldo responde de bate-pronto: "Porque eu estava devendo muito. O terreno, e eu devia o terreno pra ele. Eu não tinha condições de pagar mais. Matei com um revólver, com dois tiros", revelou.

Corpo do paranaense Ricardo Neubauer, de 36 anos, foi desenterrado nesta quarta-feira (5) em Macaíba (Foto: Flávio Muniz/G1)Corpo do paranaense Ricardo Neubauer, de 36 anos, foi desenterrado nesta quarta-feira (5) em Macaíba (Foto: Flávio Muniz/Inter TV Cabugi e Divulgação Polícia Civil)

Em seguida, Normando questiona sobre o corpo da vítima. E Geraldo conta que depois de matar o vizinho, o enrolou numa lona, colocou dentro de uma mala e enterrou. “Coloquei dentro de uma mala e coloquei em um carro de mão. De madrugada, eu enterrei. Minha esposa não sabia de nada. Ela tinha saído para comprar pão", relata o pedreiro.
Ainda durante a gravação, Geraldo também revela ter vendido móveis e objetos da vítima. Entre os pertences, segundo o próprio suspeito, estão uma geladeira, um fogão, uma máquina de lavar e uma cama. “Vendi aqui mesmo, em Macaíba, vizinho à minha casa”, afirma. O delegado interrompe o pedreiro e pergunta se a verdadeira intenção foi se livrar dos objetos, fato que Geraldo também confirma, assim como a destruição dos documentos de Ricardo. “Queimei tudo e queimei todas as roupas”, admite.
O delegado encerra a gravação perguntando se Geraldo está arrependido do que fez. Este foi o único momento do vídeo no qual Geraldo pensa alguns segundos antes de responder. Ele diz: “Arrependimento tarde acho que é difícil. Me arrepender, eu me arrependi, mas não tem mais jeito, não volta mais”.  Por fim, Normando quer saber como o pedreiro se sente. E Geraldo responde com uma só palavra: “acabado”.

Taliany Lourenço, de 22 anos, foi presa neste sábado como mandante do assassinato da mãe em Macaíba (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)Taliany Lourenço, de 22 anos, é suspeita de ser
mandante do assassinato da prórpia mãe
(Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)
Marretadas
Antes de confessar a morte do vizinho, Geraldo já estava preso, pois já havia assumido a morte da dona de casa Normalice de Freitas Lourenço, assassinada a golpes de marreta na noite de 30 de julho. O pedreiro trabalhava numa reforma na casa da mulher. A polícia informou também que Normalice era separada e morava com a filha, o genro e um neto. Foi a filha quem encontrou o corpo da mãe e chamou a polícia. O corpo dela estava em um dos cômodos da casa, perto de uma janela, com as mãos e pés amarrados e enrolado em um lençol.
O delegado Normando Feitosa acredita que a filha da vítima, Taliany Lourenço, de 22 anos, foi a mandante do crime. Segundo ele, "a jovem ofereceu dinheiro e o carro da mãe para que o pedreiro cometesse o crime". O valor roubado pelo pedreiro após o crime foi de cerca de R$ 35 mil, segundo a polícia. O suspeito chegou a comprar um carro à vista com o dinheiro no dia seguinte. O carro da dona de casa, que foi levado, foi recuperado.
Taliany, que havia sido presa no dia 1º deste mês, foi solta nesta quarta (5) a mando da Justiça. Apensar disso, Normando afirma que vai indiciá-la por homicídio qualificado por motivo fútil, à traição - quando a vítima não tem chance de defesa - e mediante promessa de recompensa.

Fonte: G1

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