segunda-feira, março 09, 2015

Governo pressiona clubes a mudarem relação com organizadas, e MP garante: 'Agora vai'

Reunião na Secretaria de Segurança Pública de São PauloEm reunião na manhã desta segunda-feira com dirigentes de Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo e Federação Paulista de Futebol (FPF), o secretário de
Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, defendeu a necessidade de mudança do relacionamento entre os clubes e as torcidas organizadas.

Segundo ele, 99% dos casos de violência acontecem envolvendo uniformizados, e isso tem de mudar o quanto antes.

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Alexandre Moraes, secretário de Segurança Pública de São Paulo, e o governador Geraldo Alckmin
Alexandre de Moraes, secretário de Segurança Pública
Moraes, no entanto, não defende que as diretorias dos times rompam com as associações, como já foi pedido pelo Ministério Público algumas vezes. Ele acredita que uma relação mais transparente, monitorada e fiscalizada pode ajudar a resolver os problemas.

"Não, não (defendo romper com as organizadas). Eu defendo uma relação mais transparente, monitorada e fiscalizada. Eu dei um exemplo pessoal, de quando eu era jovem e ia ao estádio, os líderes das torcidas não viviam só daquilo. Eles viviam de outras coisas, tinham outras profissões. Hoje, eles vivem só das organizadas. Isso é muito ruim para o futebol e para a sociedade. Todos nós aqui sabemos que 99% dos problemas vêm de casos envolvendo torcedores organizados", disse o secretário em coletiva.

"Não adianta a gente tratar dos efeitos e não mudar esse relacionamento. Isso tem de ser mudado. Os clubes estão aqui e estão interessados em mudar essas coisas e levar mais torcedores aos estádios", completou.

No encontro, que também contou com a presença de promotores, desembargadores, membros das polícias Civil e Militar, algumas sugestões já apareceram. O combinado feito entre eles, no entanto, é de que propostas serão enviadas à Secretaria até sexta-feira, dia 13 de março, serão compiladas, e uma nova reunião acontecerá no dia 20, quando as medidas serão tomadas.

"Vamos ouvir todas as sugestões. Já discutimos algumas coisas e esperamos outras chegarem até sexta. Depois, na outra sexta, sentamos para definir quais serão as medidas. O que for por consenso, será decidido, e o que não for, se acharmos necessário, também será resolvido", explicou Alexandre.

Entre as sugestões que apareceram estão a implantação da biometria nas entradas dos estádios e os jogos com torcida única. Nada, porém, foi sacramentado.

"Achei muito interessante a ideia de biometria. O problema é que isso custa muito caro. Quem vai pagar por isso? É uma coisa que tem que ser discutida. Os clubes sozinhos não conseguem pagar", disse o vice do Corinthians Jorge Kalil.

"Ouvimos gente lá dentro da reunião a favor da torcida única, contra e outras pessoas que defendem uma experiência para ver como vai ser. Por isso, ainda vamos ouvir todas as sugestões para ver o que faremos", acrescentou o secretário de segurança pública.

O problema, no entanto, não é uma novidade. A violência nos dias de jogos de futebol têm deixado mortos e feridos todos os anos, e até hoje não se formulou uma solução para a questão. O promotor Paulo Castilho, no entanto, garante que essa é a vez do "agora vai".

"É verdade que a gente sempre discute isso. Que as autoridades discutem muitas vezes e depois deixam o assunto de lado. Essa vez é diferente. Temos agora o secretário Alexandre de Moraes à frente e isso muda completamente a discussão. Eu tenho certeza que agora vai. Posso garantir isso. A gente até brincou lá dentro sobre isso. Mas agora vai", finalizou o promotor.

Participaram do encontro o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, o secretário-adjunto, Mágino Alves Barbosa Filho, o delegado-geral da Polícia Civil, Youssef Abou Chahin, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ricardo Gambaroni. Do Ministério Público, dois promotores estiveram presentes: Paulo Castilho, Danilo Agudo. Dois desembargadores e dois juízes também compareceram: Sergio Ribas e Miguel Marques; Ulisses Pascolati e José Zoega Coelho.

Da Federação Paulista de Futebol, estiveram presentes o vice Reinaldo Carneiro Bastos, o secretário-geral, Walter Feldman, além dos presidentes de Santos (Modesto Roma Júnior) e São Paulo (Carlos Miguel Aidar), e vices de Corinthians e Palmeiras.

Fonte: ESPN

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