quinta-feira, março 12, 2015

Fechado há 8 meses, Posto Policial é depenado por ladrões na Grande Natal

Posto-policial-abandonado-no-Conjunto-Amarante-WR---(2)“O que era para ser um posto de segurança virou refúgio da insegurança”. O desabafo é do comerciante João Batista Moura, que convive com o perigo gerado
pelo abandono de um posto policial na avenida Benedito Santana, em São Gonçalo do Amarante. O medo é compartilhado pela população que mora nos arredores da unidade, que está fechada há cerca de oito meses. De acordo com a Secretaria de Segurança, o local passa por obras.

De acordo com os moradores a situação tem piorado nos últimos dias. Quando a reportagem d’O JORNAL DE HOJE esteve no local em janeiro deste ano, o prédio estava fechado, mas era usado como motel e residência por moradores de rua. De acordo com um homem, que não quis se identificar, até mesmo policiais usavam o espaço para fins indevidos durante a noite.

As pessoas entravam por um buraco na parede. A Janela que antes ocupava o local fora arrancada. O buraco foi fechado recentemente com tijolos e cimento, pela Prefeitura de São Gonçalo. “Mas ai arrombaram a porta”, diz João Batista. O vidro da porta também foi arrancado, sobraram apenas alguns cacos no chão. Dentro da unidade, há lâmpadas novas e a fiação elétrica parece intacta, mas as marcas da presença humana estão lá. Garrafas de bebida, potes de plástico, pedaços de panos, muito lixo. “Um casal estava morando aqui. Tinham até um cachorro. Era uma verdadeira casa”, afirma o comerciante.

De acordo com a Secretaria de Segurança do Estado, a Prefeitura começou obras de reparo no prédio, em parceria com o Estado. Os tijolos em frente ao prédio são a única evidência disso. No entanto, as obras foram paralisadas por causa do período chuvoso. A previsão é de que o imóvel seja entregue em abril, segundo o comando da Polícia Militar na região.

Ainda que haja a entrega do posto, ele não deverá funcionar plenamente até que aconteça um aumento no efetivo da PM – o que exige concurso e formação dos policiais. Segundo a Secretaria de Segurança, embora não possa funcionar como posto de polícia comunitária, a unidade poderá servir como ponto avançado, onde os policiais da ronda passarão algum tempo em horários estratégicos. O Estado admite que a maior parte dos postos são  utilizados desta forma.

O prédio tem uma recepção, dois banheiros, uma sala e um dormitório. Segundo um morador, vários objetos, inclusive extintores foram levados. A unidade foi entregue à população em setembro de 2014, segundo a placa cravada na entrada do prédio. “A gente gasta duas vezes. Com a segurança pública, pagando os impostos, e a privada. Isso de frente a um posto policial que não funciona. É um absurdo”, lamenta João Batista Moura.

O estabelecimento de Batista, localizado em frente ao posto, foi assaltado várias vezes. Na última ocasião, os bandidos levaram dinheiro e computadores. Ainda de acordo com ele, o comandante da Polícia Militar e a secretária de Segurança do Estado já os receberam e confirmaram a reabertura do posto, mas não deram qualquer prazo para isto.

A situação também é confirmada pela moradora Hawkelyne Batista Siqueira, que mora por trás do posto policial com o marido e seus dois filhos. Ela afirma que nunca foi assaltada, nem teve sua casa arrombada, mas já viu muitas situações de perigo na região. “Já vi arrombamento na oficina ai da frente e nos comércios da avenida, a academia… graças a Deus nunca me assaltaram, mas também nem tem o que levar, só tenho medo pelas minhas crianças”, conta a mulher.

Ainda de acordo com a dona de casa, os problemas se agravam nos finais de semana. “Não tem policiamento. E o pessoal enche a cara no bar e vem fazer coisa errada ai, vira um motel”, explica.

Roubo recente

A insegurança é tão grande na região que nem a empresa contratada pela prefeitura de São Gonçalo para construir uma academia da terceira idade, logo ao lado do posto, foi poupada. No último final de semana, criminosos arrombaram um contêiner onde os operários guardaram o material de construção. O encarregado de obras José Augusto Batista Júnior mostra o Boletim de Ocorrência registrado na Polícia Civil. “Já tinham tentado arrombar os cadeados na quinta-feira passada. A gente percebeu. Eu tirei alguns materiais, levei para casa e botei mais um cadeado no contêiner, mas quando a gente chegou na segunda-feira (9), tinham arrombado os dois cadeados”, conta.

Foram 16 sacos de cimento, 10 pás, duas enxadas, um tambor de aço de 200 litros, cinco carros de mão, além de vários outros materiais. “A gente tenta trabalhar, mas desse jeito não consegue”, reclama o encarregado.

Fonte: Portal JH

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