O ex-vereador de Monte Carmelo, no Triângulo Mineiro, Valdelei José de Oliveira, de 49 anos, e o filho dele, Juliano Aparecido de Oliveira, de 22 anos, foram presos suspeitos
De acordo com o médico Cláudio Rezende Mendonça, coordenador da Unidade de Tratamento intensivo (UTI) Adulto, o promotor está consciente e respira sem ajuda de aparelhos, mas o quadro ainda inspira cuidados. O Ministério Público da União (MPU) manifestou consternação sobre o caso.
Ainda segundo o delegado, no fim da tarde deste domingo (22), o suspeito levou a polícia até uma estrada vicinal, a cerca de cinco quilômetros de Monte Carmelo, onde estava escondida a arma utilizada no crime, uma pistola 380. A arma foi apreendida.
O delegado disse que o ex-vereador é o principal interessado na morte do promotor, já que perdeu o cargo por conta de uma investigação comandada por Marcos Vinícius Ribeiro Cunha em dezembro de 2013.
Na operação "Feliz Ano Novo", o Ministério Público pediu a prisão de vários agentes públicos da cidade, inclusive do ex-vereador devido a fraudes em contratos de licitações. Após a constatação do envolvimento, foi pedida a prisão dele e de outros e, consequentemente, o então vereador perdeu o cargo.
Os dois suspeitos foram encaminhados para o presídio de Monte Carmelo, segundo o delegado. O inquérito deve ser concluído em até dez dias.
Entenda o caso
O crime ocorreu por volta das 20h deste sábado em frente à sede da Promotoria, onde Marcos Vinícius Ribeiro Cunha trabalhava no plantão. Segundo informações da PM, ele saía do local quando um motociclista se aproximou e efetuou 15 disparos na traseira do veículo dele. Três atingiram as costas do promotor, que teve perfurações no pulmão e rins. O promotor ainda conseguiu sair do veículo quando possivelmente também foi atingido.
A perícia foi feita, porém o laudo ainda não foi entregue ao delegado. “Durante a madrugada deste domingo, foram feitas várias diligências e oitivas em comércios e prédios próximos para conseguir informações e imagens de videomonitoramento. As imagens verificadas, apontaram o suspeito”, revelou.
Suspeitos
O suspeito é o filho de um ex-vereador de Monte Carmelo, Juliano Aparecido de Oliveira, de 22 anos. A polícia foi até a residência dele, em Romaria, e realizou buscas. Foram encontradas a motocicleta e uma pistola calibre 32. O jovem foi detido.
Ainda durante a madrugada, o ex-vereador e pai do suspeito, Valdelei José de Oliveira, de 49 anos, apresentou-se e negou participação do filho no crime. Segundo a polícia, ele é o principal interessado na morte do promotor. O ex-vereador também foi detido. Inicialmente, em depoimento, eles negaram envolvimento no crime. “Oitivas, provas periciais e outros elementos no local nos dão convicção de que foram eles”, afrimou o delegado.
Estado de saúde
O promotor apresentou evolução favorável, conforme informou ao G1 o médico Cláudio Rezende Mendonça, que é coordenador da UTI do Hospital Santa Clara, em Uberlândia, onde o paciente está internado. O promotor está consciente e respira sem ajuda de aparelhos, mas o quadro ainda inspira cuidados.
Segundo o médico, uma bala está alojada na parede toráxica, fora do pulmão, sem comprometer nenhum órgão. "Avaliamos os exames e conseguimos progredir com a redução de sedativos e ajuda do respirador. O promotor já recebeu a família e mantém bom padrão respiratório. Porém temos que aguardar evolução nas próximas 24 horas. Com relação à retirada do projétil alojado, será avaliada a situação por um especialista, mas não está comprometendo nenhum órgão", explicou.
Cunha foi socorrido no hospital de Monte Carmelo onde recebeu os primeiros socorros e em seguida foi transferido para um hospital particular em Uberlândia. Ele passou por procedimento cirúrgico e ficou sedado na UTI, apresentando estado grave, mas estável.
Nesta segunda-feira (23), o promotor fará exames no período da manhã e à tarde novo boletim médico será divulgado.
Nota da Procuradoria Geral da República
O Ministério Público da União (MPU) divulgou nota em que manifesta consternação com o atentado sofrido pelo promotor de Justiça. O procurador geral da República, Rodrigo Janot, orientou dois procuradores da República sediados em Uberlândia a prestarem todo apoio institucional.
"Com base nas informações policiais iniciais, o episódio demonstra como os agentes públicos que se dedicam ao combate à corrupção e desvios de dinheiro da população estão vulneráveis às reações violentas de pessoas que são flagradas cometendo crimes, seja no âmbito municipal, estadual ou federal", diz a nota.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!