O novo ataque de Fred às torcidas organizadas do Fluminense após o protesto violento na última quinta-feira acabou respingando no
A principal causa para a irritação da diretoria do Fluminense com o atacante foi a agressividade do texto postado minutos após a saída do elenco tricolor do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, onde a equipe ficou encurralada por torcedores por cerca de 1h30m ao voltar de Chapecó, local da derrota por 1 a 0 para a Chapecoense, pelo Campeonato Brasileiro. Os dirigentes viram com muita restrição a atitude do jogador de incitar o confronto com os torcedores, sugerindo até mesmo em 'sair no braço'.
O camisa 9 da seleção brasileira na última Copa do Mundo foi um dos mais hostilizados por torcedores de uma das organizadas do Fluminense no protesto de quinta, revivendo uma rixa antiga entre as duas partes. A torcida é a mesma que entrou em conflito com Fred no começo deste ano e no episódio dos caipisaquês, em 2011. A resposta do atacante, no entanto, foi mais firme desta vez, com ameaça até mesmo de greve contra o Sport no domingo, pelo Campeonato Brasileiro.
O tom do comunicado de Fred não foi nada bem digerido nas Laranjeiras. Além de incitar a violência respondendo prontamente ao protesto, o atacante o fez sem o conhecimento do clube, que foi surpreendida pela atitude. A foto postada pelo camisa 9 foi produzida logo após o carro do lateral direito Bruno ser depredado na saída do aeroporto, com direito a pedras lançadas em sua direção. O centroavante seria o próximo a deixar o local de carro, mas desistiu e aguardou a chegada do policiamento.
A diretoria se irritou também por entender que a rixa entre o clube e as organizadas estava sob controle após tempos de agitação com o corte dos subsídios a ingressos destes torcedores no começo deste ano. Para os dirigentes, o incidente de quinta poderia ter ficado como algo isolado, mas foi aumentado pela resposta de Fred.
Presidente condena postagem
Publicamente, a diretoria evita repreender o ato de Fred. O presidente Peter Siemsen, no entanto, deixou transparecer sua insatisfação em entrevista concedida ao Arena SporTV ao chamar a postagem do atacante de "excessiva" para o momento.
"Não conversei com o Fred, mas conversei com outros jogadores. Eles estão focados em reverter a situação no campo. Ninguém falou comigo, a reação foi excessiva na postagem. Não quero entrar em detalhes, foi uma coisa pessoal do jogador. É um momento difícil para o clube. Estávamos jogando bem, estava ouvindo elogios exagerados. Do nada a coisa tomou outro rumo", ponderou o mandatário.
Um tom mais forte, porém, veio de um dos mais antigos aliados de Peter Siemsen em sua gestão no Fluminense, o ex-diretor geral executivo, Jackson Vasconcellos, que deixou o clube há duas semanas.
"O que ele [Fred] quer? Ótimo salário, boa vida, não jogar, ser homenageado e não ser cobrado", postou homem forte de Peter em uma rede social, em mensagem ilustrada com uma foto do atacante de sunga em praia do Rio de Janeiro.
A ameaça de Fred de uma greve no domingo também não chegou a ser adotada por outros jogadores do Fluminense. Para Walter, amigo do atacante, o camisa 9 foi mal entendido em suas palavras.
"O Fred quis falar para não continuar essa violência. Torcedor jogando moeda e quebrando carro. Vocês entenderam errado. Jamais o Fred e nem ninguém do nosso time vai deixar de jogar. Domingo estaremos em campo", explicou Walter.
Torcedores se revoltam
Sempre ao lado de Fred, a torcida tricolor também demostrou irritação com a reação do jogador ao protesto. Os torcedores, que há pouco tempo defendiam o camisa 9 das críticas por atuações apagadas na seleção brasileira durante a Copa do Mundo, não o pouparam desta vez.
As respostas à publicação de Fred vieram nos próprios comentários das postagens do atacante no Twitter e no Facebook. Nelas, a maioria dos tricolores condenaram a postura do camisa 9, diante de uma minoria que defendia a opinião do jogador.
Fonte: Uol
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