sábado, agosto 30, 2014

Delegado questiona empresa sobre responsabilidade por jato de Campos

Trabalhos de buscas e investigação seguem no local do acidente com o avião de Eduardo Campos, um dia após a tragédia em Santos (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)Equipes da Polícia Civil de Santos, no litoral de São Paulo, estiveram na quarta (27) e quinta-feira (28) em Ribeirão Preto, no interior paulista, para realizar uma operação de
busca e apreensão na empresa AF Andrade. Já de posse de alguns documentos, o delegado Carlos Schneinder questiona a responsabilidade da empresa pelo jato que caiu com o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), matando ele e mais seis pessoas no dia 13 de agosto, em Santos.


Segundo Schneinder, a AF Andrade nega que a aeronave ainda estivesse sob sua responsabilidade, versão que é colocada em dúvida pelo delegado. “Se a empresa dispôs essa aeronave, seja a que título for, para qualquer outro grupo, para qualquer outra pessoa, para qualquer outra entidade, enfim, eles vão ter que nos comprovar isso. Eles vão ter que passar essa informação para nós, porque senão a responsabilidade vai cair sobre eles”, afirma.
O delegado afirma que já pediu aos advogados da empresa que encaminhem informações e documentos que comprovem a suposta venda da aeronave. “Vamos analisar mais nitidamente os documentos apreendidos. Alguns estão em português, outros em inglês. Qualquer novidade que tenhamos nas investigações vamos comunicar em juízo, ou fazer as digilências necessárias”, conclui.

Schneider ainda explica que parte do que foi conseguido durante a viagem não pode ser divulgado, pois trata-se de segredo de Justiça. No entanto, o delegado garante que o material vai ajudar, inclusive, as famílias que buscam indenizações por danos materiais referentes ao acidente.
As investigações seguem no 7º Distrito Policial (DP) de Santos. Equipes da Polícia Federal e da Aeronáutica também auxiliam nos trabalhos, que ainda não têm previsão de quando devem ser finalizados.
O caso
A queda do avião ocorreu por volta das 10h do dia 13 de agosto, em um bairro residencial de Santos. O candidato tinha uma agenda de campanha na cidade. A Aeronáutica informou em nota que o avião decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá, também no litoral. "Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave", informou.
Além de Campos, outras 6 pessoas estavam na aeronave: Alexandre Severo Silva, fotógrafo; Carlos Augusto Leal Filho (Percol), assessor; Geraldo Magela Barbosa da Cunha, piloto; Marcos Martins, piloto; Pedro Valadares Neto e Marcelo de Oliveira Lyra. A Polícia Federal (PF) enviou seis peritos para Santos a fim de trabalhar na apuração da causa do acidente. Aeronáutica e Polícia Civil também investigam o caso.
Investigação
Técnicos da Aeronáutica estiveram no dia 20 de agosto no local onde foram feitas as imagens que mostram a queda do avião, em Santos. As imagens foram obtidas com exclusividade pela TV Tribuna, afiliada da TV Globo. A gravação foi repassada aos peritos, que conversaram com quem estava no local no dia do acidente. As imagens do sistema de monitoramento foram feitas de um estande de vendas deu m prédio em construção.
A Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pela investigação do acidente aéreo afirmou que já foram extraídas e analisadas por quatro técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) as duas horas de áudio da caixa-preta do jato que conduzia o ex-governador pernambucano para o litoral paulista. Entretanto, segundo a própria FAB, a gravação da caixa-preta do avião com prefixo PR-AFA não é do voo de Campos e sim de um outro voo realizado dias antes.
Em nota, a Força Aérea afirmou que, até o momento, não é possível determinar a data dos diálogos registrados na caixa-preta encontrada em Santos, em razão de o equipamento não arquivar esse tipo de informação.


A Aeronáutica informou ainda ter constatado que o jato particular em que viajava o ex-governador de Pernambuco estava com o trem de pouso e os flaps recolhidos. O trem de pouso é composto por equipamentos e pneus para permitir a aterrisagem de aeronaves e os flaps são instrumentos na asa que reduzem a velocidade de aviões.
Reportagem publicada no dia 19 de agosto no jornal "Folha de S.Paulo" revelou que a Cessna, fabricante do jato Citation 560 XL, o mesmo modelo em que Campos viajava, alertou para o risco de a aeronave mergulhar abruptamente durante procedimento feito em subidas e arremetidas. O procedimento apontado pela fabricante é o recolhimento dos flaps.

Fonte: G1

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