domingo, julho 06, 2014

Após vídeos de agressão em abrigo, juíza ordena interdição do local

Juíza afixa cartaz de interdição no portão do abrigo em Águas Lindas de Goiás (Foto: Divulgação/ TJ-GO)Após a divulgação de vídeos de funcionários de um abrigo agredindo internos, a juíza Célia Regina Lara realizou, na sexta-feira (4) uma inspeção judicial para dar
cumprimento à decisão de interdição local, que havia sido expedida em 2009, em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Mesmo com a ordem da Justiça, o local continuava aberto porque havia mudado de endereço e, na época, os oficiais encontraram o abrigo desativado.
Em uma das gravações feitas por vizinhos, um idoso aparece com as mãos e pés amarrados na cadeira rodas. Outro vídeo mostra um funcionário jogar um balde de água fria em um interno porque ele urinou na roupa. Em seguida, uma mulher bate com um pedaço de madeira nas costas do mesmo morador do abrigo, que está pelado e grita pedindo que ela pare com a agressão.

A magistrada intimou o representante legal do estabelecimento a prestar informações e a relação de todos os moradores do local. Ela determinou ainda que a administração do abrigo notifique os familiares dos internos para que os transfira. Em relação aos idosos que recebem benefício, a juíza ordenou que eles sejam listados e que a conta bancária deles seja informada. O estabelecimento tem prazo de 72 horas para cumprir as exigências.
Fundado há 14 anos, o estabelecimento não tinha alvará de funcionamento. Segundo Célia Regina, o local foi investigado entre 2006 e 2008. “Foi verificado, entre outras irregularidades, sanitários inapropriados, inexistência de atendimento médico, roupas de uso coletivo e vazamentos”, disse a magistrada.


Tortura
Vizinhos do abrigo de idosos e de pessoas com necessidades especiais gravaram agressões físicas e verbais a internos (veja vídeo ao lado). Eles denunciaram o caso à Polícia Civil, que passou a investigar o caso.
Na última quinta-feira (3), uma das funcionárias que aparece nas imagens foi identifica e presa. A mulher, que tem 36 anos, deve responder pelo crime de tortura. “Depois da identificação, todos eles vão ser indiciados pelos crime de tortura, maus-tratos, além de outros crimes que possam advir desses fatos”, explicou o delegado responsável pelo caso, Ricardo Pereira.
Após a última denúncia, a prefeitura informou que já solicitou ao abrigo a lista com o nome de todos os pacientes e vai ligar para os familiares para que eles busquem os internos. Depois que os moradores forem resgatados, o local será fechado.
Em nota, o Ministério Público Estadual informou que o promotor de Justiça Fernando Centeno Dutra visitou o local e verificou que o espaço é insalubre e a comida é insuficiente. O órgão informou ainda que será instaurado um inquérito civil público para aprofundar a investigação. Além disso, serão solicitadas medidas para resguardar os direitos dos pacientes internados.

Idoso tem mãos amarradas a cadeira de rodas em abrigo de Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)

Reprodução Cidade News Itaú via G1

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