sábado, junho 21, 2014

Pecuaristas de Fukushima levam bois para protesto em Tóquio

Polícia japonesa impede que o pecuarista Masami Yoshizawa, de Fukushima, tire um boi doente de seu caminhão. Protesto aconteceu em frente ao Ministério da Agricultura, em Tóquio, nesta sexta (20) (Foto: AP Photo/Koji Sasahara)Um grupo de pecuaristas de Fukushima, que tiveram suas criações afetadas pelo acidente nuclear de 2011, protestaram contra o Ministério da Agricultura do
Japão levando seus bois doentes a Tóquio para exigir mais atenção do governo, conforme repercutiram neste sábado (21) os meios de comunicação japoneses.
Os criadores de gado deixaram ontem Fukushima com destino a Tóquio em um caminhão no qual transportavam bois afetados por uma doença desconhecida e foram interceptados pelas autoridades quando retiravam os animais do veículo, informou hoje o jornal "Yomiuri".
A polícia abordou os dois criadores de gado que lideravam o protesto, Masami Yoshizawa e Naoto Matsumura, e conseguiu evitar que os dois retirassem um animal do caminhão com o argumento de que tal ação "era perigosa", segundo a publicação citada.
Os pecuaristas violaram a proibição de retirar animais da zona de exclusão de 20 quilômetros decretada pelo governo em torno da central de Fukushima Daiichi por motivos de segurança. "Durante 40 anos, a Prefeitura de Fukushima enviou eletricidade para Tóquio. Agora, nos abandonaram", disse Yoshizawa durante a mobilização, que atraiu a atenção da imprensa e de vários transeuntes.
Desde o acidente nuclear há mais de três anos, Yoshizawa e Matsumura ignoraram as ordens das autoridades e permaneceram dentro da zona de exclusão para cuidar de cerca de 600 cabeças de gado, tanto suas como de outras fazendas abandonadas, explicaram os dois pecuaristas.
"O gado e as pessoas (de Fukushima) ainda vivem, não podemos permanecer em silêncio", afirmaram os pecuaristas, que apresentaram uma reivindicação por escrito para o ministério exigindo uma investigação sobre a doença que afeta seus animais, que estão com machas brancas pelo corpo, segundo a agência de notícias "Kyodo". "O governo diz que não sabe o que causa estas manchas, mas eles têm que fazer mais para descobrir", afirmou Yoshizawa.
A usina nuclear de Fukushima Daiichi foi gravemente atingida pelo terremoto seguido de tsunami de março de 2011, o que causou a pior crise nuclear da história depois do acidente na central ucraniana de Chernobyl em 1986.
Cerca de 50 mil moradores dos municípios mais próximos da usina nuclear continuam sem poder retornar as suas casas por causa das emissões radioativas, que também afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local.

Polícia japonesa impede que o pecuarista Masami Yoshizawa, de Fukushima, tire um boi doente de seu caminhão. Protesto aconteceu em frente ao Ministério da Agricultura, em Tóquio, nesta sexta (20) (Foto: AP Photo/Koji Sasahara)

Reprodução Cidade News Itaú via G1

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