Pacientes com câncer estão sem aparelho para diagnóstico no RN

Pacientes com câncer que moram no Rio Grande do Norte estão sem uma opção importante para o diagnóstico da doença. O

equipamento para fazer o exame, chamado de PET Scan, até existe, mas não é utilizado há sete meses porque o Governo do Estado parou de enviar os recursos que bancam o exame que é realizado pela Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, principal centro de tratamento da doença no estado.

Em nota, a Secretaria Municipal de saúde Pública (Sesap) reconhece a dívida de R$ 495 mil, mas diz que isso não inviabiliza o tratamento - que está sendo feito com outros recursos, como a quimioterapia e a radioterapia. De acordo com matéria exibida pela Inter TV Cabugi, o convênio não foi renovado porque só em março o Ministério da Saúde incluiu o PET Scan na tabela do SUS, e o Governo não sabe quanto irá receber pelo procedimento. Essa análise pode durar até três meses.

Cerca de 2 mil pessoas são atendidas todos os meses na Liga, sendo que pelo menos 30 pacientes deveriam fazer o exame com PET Scan mensalmente.

O motivo da suspensão dos exames é que o convênio que a Liga tinha com o Governo do Estado venceu no final do ano passado. O Sistema Único de Saúde (SUS) não cobre o exame, que custa R$ 3 mil. Com isso, o hospital está atendendo apenas pela rede particular, sendo que 95% dos pacientes que chegam são pelo SUS.

De acordo com Arthur Villarim, chefe de medicina nuclear da Liga, o Governo do Estado não repassou os recursos para realização dos exames, gerando um débito de R$ 495 mil. "O problema é que o convênio começou a gerar um débito para a Liga, porque nós estávamos fazendo os exames e a Sesap não estava repassando o valor acertado em contrato. Esse contrato venceu e nós não tínhamos como renovar sem ter esse respaldo financeiro", explicou.

Para a auxiliar de laboratório Francisca Ferreira da Silva, não fazer o exame atrapalha no tratamento. "Eu tenho dois filhos, dois netos e meu esposo. Eu quero viver. Eu gosto da vida, gosto de ajudar, gosto de trabalhar. Eu preciso me cuidar e só posso fazer através do exame para saber se realmente estou doente", disse.

O médico da Liga afirma que há outros meios para tratar o câncer, porém menos eficazes. "Quem precisa está fazendo os exames para não prejudicar o tratamento, mas que são menos eficazes", afirmou.

Reprodução Cidade News Itaú via G1