sexta-feira, junho 06, 2014

Em vídeo, princesas sauditas presas pedem ajuda internacional


 http://cidadenewsitau.blogspot.com.br/Duas princesas sauditas, filhas do rei Abdallah bin Abdul Aziz Al-Saud, pediram, em um vídeo postado no YouTube, ajuda internacional para
livrá-las do cativeiro imposto a ambas desde 2001 por seu pai. Na gravação, Sahar e Jawaher Bint Abdalá al Saud dizem que desde março elas não têm alimentos frescos ou água mineral. “Estão nos deixando morrer de fome”, diz Jawaher. Apesar de terem acesso à internet e às redes sociais, afirmam que elas e duas irmãs vivem presas em vilas dentro do palácio real.

s irmãs de 42 e 38 anos pedem que “as organizações de direitos humanos, a ONU e a Cruz Vermelha” se pronunciem sobre o caso. “Não esperem que ocorra conosco algo irremediável”, disseram. Outras duas irmãs Maha, de 41, e Hala, de 39, filhas da segunda esposa do rei, Alanoud Alfayez, estariam presas em outro lugar.
“Parece que a ONU, a Cruz Vermelha e outras organizações de direitos humanos precisam que lembremos suas responsabilidades”, escreveram em um e-mail pedindo ajuda para a divulgação do vídeo, como informou o jornal El País. Elas defendem que essas instituições façam uma “declaração pública” sobre o caso em vez de dizer que estão “trabalhando nisso e que estão enviando cartas” ao governo saudita. “Têm que vir a esta casa para ver este crime e nos liberar imediatamente”, suplica Jawaher, que aparece nas imagens sem véu.


As princesas contataram, em março, a jornalista libanesa e colaboradora do Sunday Times, Hala Jaber, via Facebook, para expor o caso. A repercussão, no entanto, não foi a esperada por elas, apesar dos diversos pedidos feitos à imprensa internacional e às ações da mãe das princesas, Alanoud al Fayez, que semanalmente organiza ações diante da embaixada saudita em Londres, onde mora.

De acordo com a correspondente do El País em Dubai, Ángeles Espinosa, ela tentou visitar as irmãs, mas, dois dias depois da tentativa, os guardas cancelaram a saída vigiada que era permitida a elas a cada dois meses para que pudessem fazer compras em um supermercado próximo ao local.
Alanoud chegou a escrever para o Alto Comissionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, mas não obteve retorno porque, segundo disseram, a carta não estava assinada por ela, mas por seu advogado. Ela tornou a escrever, mas ainda não obteve resposta.
Entenda o caso
A mãe das princesas, em entrevista ao El País, disse que o castigo pode ter sido motivado pelo fato de que elas falavam com franqueza ao pai sobre os problemas que viam no país, o que desagradava seus meio-irmãos. Alanoud disse também que sua terceira filha descobriu, enquanto trabalhava como psicóloga no Hospital Militar, que “colocavam presos políticos na área de psiquiatria onde lhes aplicavam alucinógenos”.
Tuíte postado por Alanoud com foto do rei e suas quatro filhas:

Ver imagem no Twitter

A Arábia Saudita é um dos piores países com relação aos direitos das mulheres, sendo o único do mundo a proibir que elas dirijam carros. De acordo com a ONU, não existem leis que criminalizem a violência de gênero no país e um relatório produzido pelo Fórum Econômico Mundial de 2010 sobre igualdade de gênero classificou a Arábia Saudita no 129º lugar entrem os 134 países avaliados.
Desta forma, é comum que maridos ou pais prendam suas esposas ou filhas. De acordo com a lei local, o marido, o pai ou o irmão detêm o poder de decisão sobre as mulheres.


Alanoud se casou com Abdalá com 15 anos, quando ele ainda não era rei. Em 1984 eles se divorciaram e ela foi viver em Londres, deixando as filhas na Arábia Saudita. As garotas estudaram em colégios ocidentalizados e duas vezes por ano viajavam para passar as férias com a mãe. Mas, após uma viagem à Itália sem ela, passaram a ser cada vez mais reclusas no palácio e com problemas para manter o estilo de vida que tinham.
Outra hipótese é que sejam mantidas reféns como forma de punir a mãe, já que o rei queria que ela voltasse a viver na Arábia Saudita, o que não aconteceu.

Reprodução Cidade News Itaú via Opera Mundi

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