sexta-feira, maio 17, 2013

Polícia do RJ investiga vídeo em que suposta vítima nega abuso de pastor


Em video, suposta vitima diz retirar queixa contra pastor (Foto: Reproducao)
O delegado Márcio Mendonça, titular da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), informou ao G1, nesta sexta-feira (17), que investiga em que circunstâncias uma suposta vítima do pastor Marcos Pereira gravou um vídeo desmentindo o seu depoimento, em que afirmava que havia sido amarrada por ele, jogada na cama e obrigada a manter relações com o religioso.

Segundo a Polícia Civil, o delegado averigua se ela foi ameaçada ou coagida para dar essa versão. Ainda de acordo com a polícia, até as 13h desta sexta, a vítima que se identifica como Elisângela, em vídeo divulgado no YouTube, não procurou a delegacia para desmentir o depoimento prestado.
Ainda conforme informou a Polícia Civil, se for constatado na Justiça que a vítima mentiu em depoimento, ela pode responder judicialmente pelo ato.
No vídeo, a vítima declara "ter medo por sua vida e pelos seu familiares, não pela igreja, mas pelo Afroreggae, que se me achou em Macaé, pode me achar em qualquer lugar", declarou a vítima.
Elisângela afirma ainda que mentiu em depoimento pois havia se desentendido com outras pessoas na igreja, porém, que se "arrependeu após ver que o pastor foi parar na prisão". Ela fala ainda que "não é justo ele pagar por um erro que foi exclusivamente meu".
MP denuncia pastor
O Ministério Público do Rio (MP-RJ) denunciou, nesta quinta-feira (9), o pastor Marcos Pereira por dois estupros. Ele foi preso na noite de terça (7), suspeito de ter abusado sexualmente de seis fiéis.
De acordo com as denúncias, foram instaurados seis inquéritos policiais – um para cada vítima – a fim de facilitar a individualização dos crimes.
Segundo o MP-RJ, o pastor agiu da mesma forma com as duas vítimas que figuram nas denúncias: jogou as mulheres na cama, arrancou a roupa delas e as forçou a praticar sexo. As vítimas moravam no alojamento da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, mantendo uma relação de dependência com Marcos Pereira.
Na denúncia, os promotores relatam que ele negava até mesmo material de higiene às mulheres que se recusavam a manter relações sexuais com o acusado.
"Pelos relatos das testemunhas, principalmente das mulheres, verifica-se que estamos diante de um verdadeiro depravado, degenerado, pervertido sexual, capaz de fazer as coisas mais baixas e sempre se aproveitando da sua condição de líder maior da Igreja", diz o texto de uma das denúncias, assinadas pelos promotores Rogério Lima Sá Ferreira e Adriana Lucas Medeiros, que pediram à Justiça a prisão preventiva do acusado, que está no Complexo Penitenciário de Bangu.

Pastor Marcos Pereira é acusado de estupro no Rio e foi levado para o Complexo Penitenciário de Bangu (Foto: Seap/Divulgação)Pastor Marcos Pereira é acusado de estupro no Rio
e foi levado para o Complexo Penitenciário de Bangu
(Foto: Seap/Divulgação)
Outros crimes
Marcos Pereira também é investigado por homicídio, associação ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Trinta pessoas já prestaram depoimento contra o pastor. Segundo um ex-braço direito do religioso, certa vez, o pastor obrigou o amigo a guardar mochilas com aproximadamente R$ 400 mil em sua casa.
Após ouvir as vítimas, o delegado Márcio Mendonça, da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) do Rio de Janeiro, revelou nesta quarta-feira (8). que o suspeito dizia às mulheres que elas estavam "possuídas" e que só iriam se livrar do "mal" caso tivessem relação sexual com um religioso. Entre as vítimas está a ex-mulher e uma jovem que disse ter sido estuprada dos 14 aos 22 anos. A polícia apura a possibilidade de outras mulheres terem sido abusadas.
"Ele tinha um comportamento semelhante quando estuprava as mulheres dentro da própria igreja. Ele dizia que elas estavam possuídas, demoniadas e ele fazia crer que a única forma que essas pessoas pudessem ser libertadas daquele demônio era tendo relação com uma pessoa santa", afirmou o delegado Márcio Mendonça.
A prisão
Ao ser encaminhado para a delegacia, o pastor não quis comentar a prisão e disse que não sabia quais eram as acusações. "Não tenho ideia", disse. Imagens gravadas pela Polícia Civil do Rio mostram o momento da prisão de Marcos Pereira.
A prisão ocorreu na Avenida Brasil, quando o pastor seguia em direção a Copacabana, na Zona Sul da cidade. Ele estava acompanhado por fiéis da igreja. Contra Marcos, havia dois mandados expedidos pela Justiça.
O G1 entrou em contato com a assessoria da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, localizada em São João de Meriti que informou, por meio de nota que o pastor Marcos Pereira é inocente e sua conduta como homem de Deus, prova isso.  A assessoria acrecentou ainda que todos estão "indignados com a injustiça e que isso não passa de especulação".

Reprodução Cidade News Itaú

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