terça-feira, maio 28, 2013

CNJ investiga juiz da Paraíba por fraude em empréstimos consignados

Ministro Francisco FalcãoO Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está investigando um esquema que fraudava empréstimos consignados, em sete Estados do País, entre eles a Paraíba. Neste, a investigação se concentra em casos ocorridos nas cidades de Picuí e Barra de Santa Rosa, que tiveram juntas 6,3 mil ações judiciais, em dois anos. Um juiz paraibano está sendo acusado de integrar o esquema, que também tinha advogados, correspondentes bancários e clientes de bancos. Ele deve ser intimado nos próximos dias.
O corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, confirmou que concluiu a investigação contra o juiz, que terá 15 dias para apresentar defesa. De acordo com a denúncia, a cidade de Picuí recebeu mais de 5 mil ações revisionais de empréstimo consignado nos últimos dois anos. Já a cidade de Barra de Santa Rosa, onde o magistrado também respondia como substituto na época, teve 1,3 mil ações em 2011.
Na última quinta-feira, o corregedor nacional de Justiça, ministro Francisco Falcão, determinou a instauração de um pedido de providências para investigar a fraude.
O esquema era o seguinte: os empréstimos eram feitos; os clientes afirmavam que não os tinham contratado ou que não receberam cópias dos documentos e, por sua vez, os advogados pediam uma liminar suspendendo o desconto das parcelas na folha de pagamento e o desbloqueio da “margem consignável” (limite no salário que pode ser destinado ao pagamento de empréstimos). Com a assinatura do juiz concedendo a liminar, novos empréstimos eram tomados pelas mesmas pessoas, sem a liquidação dos anteriores. O esquema envolvia advogados, correspondentes bancários, alguns clientes e juízes.
Segundo Márcio Murilo, o juiz acusado estava sendo investigado antes das denúncias aparecerem na imprensa. “Não posso adiantar detalhes antes de ele apresentar defesa”, explicou. O nome do juiz foi omitido porque a investigação do CNJ é preliminar e ele não foi ouvido.
Preliminar
Os tribunais de Justiça de todo o País terão 15 dias para informar à Corregedoria Nacional de Justiça a relação de todos os procedimentos em trâmite relacionados ao questionamento de valores de consignados. Segundo a assessoria de imprensa da CNJ, a investigação ainda é preliminar. No entanto, caso a denúncia seja confirmada em alguma cidade, poderá ser aberto um procedimento disciplinar contra o juiz que colaborou com a fraude.

Reprodução Cidade News Itaú

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