quinta-feira, março 07, 2013

Futuro de Bruno é decidido hoje; MP quer pena de 30 anos, mas defesa crê em 10


Ampliar

O caso Bruno em fotos200 fotos

1 / 200
6.mar.2013 - Cabisbaixo, goleiro Bruno Fernandes (centro) ouve depoimentos no Salão do Júri do fórum de Contagem (MG). Em seu 3º dia de julgamento, o jogador negou ter sido o mandante da morte de sua amante, Eliza Samudio, mas admitiu parte de responsabilidade pelo crime. "Como mandante dos fatos, eu nego, mas, de certa forma, me sinto culpado", disse, referindo-se ao sequestro e morte de Eliza, bem como o sequestro do bebê Washington Alves/UOL



O futuro do goleiro Bruno Fernandes e de sua ex-mulher Dayanne Souza, ambos réus no processo sobre a morte de Eliza Samudio, será decidido nesta quinta-feira (7) pelo Tribunal do Júri de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte).

O jogador é acusado por sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio e do bebê Bruninho, seu próprio filho, pela morte da modelo e ocultação do cadáver dela. Pelos crimes, pode pegar até 41 anos de prisão, caso seja condenado.

A acusação contra Bruno pela morte da modelo tem três qualificadoras: motivo torpe, emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e meio cruel. Já Dayanne responde por sequestro e cárcere privado do bebê e pode pegar até três anos de prisão.

A expectativa do promotor Henry Wagner de Castro é de que a pena imposta a Bruno "tangencie os 30 anos". A promotoria não viu confissão no depoimento do goleiro, que admitiu a morte de Eliza, disse que a poderia ter evitado, mas responsabilizou Luiz Henrique Romão, o Macarrão, pelo crime. "Não há sequer um traço de confissão."

No caso de Macarrão, a pena dele foi reduzida, no júri de novembro passado, em oito anos --de 23 para 15 anos-- por ele ter confessado participação na morte da modelo. "A situação dele [Bruno] é sensivelmente diversa da de Macarrão, o qual confessou o crime, ainda que de maneira tímida."

Apesar de reconhecer "claramente" que Bruno apontou Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, como o autor da morte de Eliza, Castro sustenta que a delação não deve resultar em redução de pena e que o Ministério Público irá recorrer, caso a juíza Marixa Fabiane Lopes diminua a pena do goleiro.

O promotor deve sustentar nos debates que Bruno não só foi o mandante do crime, como também esteve no local onde Eliza foi morta.

Defesa otimista
Já a defesa do goleiro torce para que o entendimento dos jurados e da magistrada seja o de que Bruno participou da morte de Eliza, embora não como mandante, mas sim como participante de "menor importância". Por essa tese, Bruno seria condenado por ter se omitido ao não evitar o assassinato da modelo.

"Participação de menor importância não absolve, mas pode reduzir a pena. Ele confessou a participação, mas foi uma participação diferenciada", afirmou Lúcio Adolfo da Silva, que prevê uma pena entre oito e dez anos para o goleiro.

O defensor disse acreditar que por Bruno ter confessado, o goleiro pode obter redução de um sexto a um terço da pena. "Queremos o mesmo posicionamento [da juíza] que teve com o Macarrão. Vamos criar uma situação parecida."

No Brasil, o tempo máximo que uma pessoa pode ficar na prisão é 30 anos, mesmo que a condenação seja maior. Para progredir do regime fechado ao semiaberto, o preso tem de apresentar bom comportamento e cumprir dois quintos da pena, mesmo prazo para progredir do semiaberto ao aberto.

Reprodução Cidade News Itaú

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!