sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Abandono no cemitério da Soledade, em Belém, deixa famílias indignadas



"É duro dizer, mas eu sinto vergonha até de ser paraense, de ser brasileiro. Porque é um país que não tem memória, que não se respeita os verdadeiros herois." O desabafo é do militar João Virgulino Gurjão, sobrinho bisneto do general Gurjão, heroi paraense que lutou na Guerra do Paraguai.

João Virgulino denuncia o descaso com que os túmulos e jazigos do cemitério da Soledade, localizado em Belém estão sendo tratados. Os restos mortais do parente ilustre estão em uma sepultura, mas expostos a quem quiser ver. Após anos de depredação, os ossos do general podem ser encontrados até pelo chão do cemitério.
O problema se repete em vários túmulos do cemitério. No jazigo da família do general Botinelli é possível observar marcas da violação: a arca de metal que guarda os restos mortais dos familiares apresenta um buraco que permite ver os ossos de uma das pessoas da família.

Detalhe de ossos à mostra no jazigo da família Gurjão, no cemitério da Soledade, em Belém. (Foto: Reprodução/TV Liberal)Detalhe de ossos à mostra no jazigo da família
Gurjão, no cemitério da Soledade, em Belém. (Foto:
Reprodução/TV Liberal)
A situação se repete em vários túmulos do local. O cemitério da Soledade foi tombado como patrimônio paisagístico nacional em 1964, mas hoje em dia resta muito pouco dos adornos e esculturas que renderam título a esse local. Atualmente, a capela do lugar está sendo reformada após uma intervenção do Ministério Público Federal, mas todo o resto continua abandonado.
A prefeitura de Belém informou que está analisando um projeto da Universidade Federal do Pará que deve transformar o cemitério da Soledade em um espaço de lazer aberto ao público. O projeto será apresentado aos técnicos da Secretaria de Urbanismo (Seurb) que vão avaliar a viabilidade da obra.

Reprodução Cidade News Itaú

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