quinta-feira, novembro 08, 2012

Município de Felipe Guerra continua sem prefeito depois de ação do MP


O Câmera
Operação Ave de Rapina afastou prefeito, vice e secretários de Felipe Guerra
O município de Felipe Guerra continua sem prefeito. Desde ontem, quando o prefeito Brás Costa (PMDB), o vice-prefeito Francisco Canindé de Menezes, o “Chicão” (PSC), secretários e o presidente da Câmara, Paulo César Benevides Sena (PDT), foram afastados de seus cargos depois de deflagrada a operação Ave de Rapina, o comando do executivo está ao “Deus dará”. 
Durante todo o dia, os telefones dos envolvidos estavam desligados e os vereadores da cidade sem querer dar nenhuma declaração. Uma fonte, que pediu para não ser identificada, disse que o presidente da Câmara ainda não havia sido notificado oficialmente do afastamento, mas que já aguardava por isso. Na ausência dele, do prefeito e do vice, sobra para o vice-presidente Pedro Alves Cabral Neto (PMDB), mas ele também não quis confirmar nada. 
De acordo com o vereador, até agora, tudo que sabe são especulações, mas disse que está apto a assumir o comando da cidade, caso seja necessário. “Estou pronto”, afirmou. Aos 44 anos, Pedro Cabral era aliado de Brás, mas, mesmo sendo do PMDB, decidiu unir-se com o ex-prefeito Hulgo Costa e apoiar o prefeito eleito Haroldo Ferreira (PSD). Com apoio dos colegas na casa legislativa, diz que, sendo o prefeito interino, poderá fazer a máquina funcionar. 

Entenda a Operação 
Logo nas primeiras horas da manhã de ontem, vários carros da Polícia e do Ministério Público Estadual (MPE) entraram a cidade para cumprir determinação do Tribunal de Justiça do RN (TJRN) e deflagrar a operação Ave de Rapina, que afastou dos cargos, além do prefeito e do vice, a secretária de Finanças, Regina Coeli Costa e Silva (esposa de Brás), e a servidora pública, responsável pela Previdência Municipal, Sônia Maria da Silveira. Todos são apontados como sus-peitos de participação de um esquema de desvio de recursos públicos no municí-pio. 
Também foram citados no processo João Gualberto de Brito Neto e Francisco Fagner Morais da Silva. Eles eram ligados à Prefeitura e agora estão proibidos, assim como os outros já citados, de frequentarem qualquer prédio da administração municipal. A Justiça determinou ainda o sequestro dos bens do prefeito Brás e do co-merciante João Gualberto. Os vereadores Francisco Flávio Gurgel (PDT) e Pedro Cabral (vice-presidente da Câmara) também tinham sido citados, mas o MP avisou depois que foi um engano. 
O promotor de Justiça Silvio Brito informou que, a pedido dele, a Justiça de Apodi, que responde por Felipe Guerra, decretou o bloqueio de todas as contas da Prefeitura, como forma de garantir, pelo menos, os salários dos servidores municipais e a continuidade dos serviços básicos nas áreas de saúde, limpeza das ruas, energia, água, merenda e transporte escolar. 

Presidente da Câmara 
O presidente da Câmara, Paulo César, também foi afastado do cargo, mas por outro motivo. Há poucos dias, o Duodécimo da Câmara Municipal foi autorizado pela Justiça e o repasse dos recursos aconteceu, mas o presidente da Câmara, ao invés de pagar os servidores da Casa, emitiu vários cheques nominais ao cidadão conhecido por Emanuel Lima de Oliveira, que atuaria no ramo de empréstimo de dinheiro a juros. 
“Alguns destes cheques foram emitidos para outras pessoas, mas restou comprovado que quem os sacou na conta do Banco do Brasil foi o senhor Emanuel Lima”, explica o promotor Sílvio Brito, lembrando que ontem realizou busca e apreensão na Câmara Municipal e também na residência do presidente da Câmara, o vereador Carneirinho. Nestes locais foram apreendidos muitos documentos. 

Desvios 
O Processo contra o prefeito Brás Costa e seus auxiliares corre em segredo de Justiça no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte. Entretanto, o JORNAL DE FATO teve acesso a vários documentos do Tribunal de Contas do Rio Grande do Norte mostrando que o gestor simulou obras de limpeza pública, reforma em postos de saúde, escolas e mercado público e desviou 100% dos recursos.

Fonte: Defato/Cidade News Itaú

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