quinta-feira, setembro 27, 2012

Justiça afasta funcionários do Detran-RJ suspeitos de corrupção


Operação policial prendeu suspeitos de integrar quadrilha acusada de receber propinas em troca de vistorias e emissão de documentos irregulares no Detran (Foto: Bernardo Tabak)
Todos os 53 funcionários do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ) e despachantes, públicos e privados, denunciados pela Operação Asfalto Sujo foram afastados provisoriamente das funções pela Justiça. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (27) pelo promotor Daniel Braz, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MP-RJ). Eles são acusados pelo MP-RJ de fazer vistoria ou emitirem documentos ilegalmente em postos do Detran-RJ em 12 municípios do estado.
De acordo com Braz, o principal objetivo é impedir que os suspeitos possam interferir no andamento das investigações. “Com o afastamento temporário, os funcionários e despachantes ficam impossibilitados de ir ao trabalho e continuar realizando os crimes, ou desaparecer com provas importantes”, ressaltou o promotor. Até esta quinta-feira, 38 pessoas (leia os nomes no fim da página) haviam sido presas. Outros três suspeitos de participar do esquema ilegal estão foragidos.
Motoristas podem responder por corrupção ativa
Braz afirmou que os motoristas que tiverem oferecido propina aos funcionários públicos e despachantes presos pela Operação Asfalto Sujo vão responder por corrupção ativa. De acordo com Braz, as investigações vão continuar para descobrir quais motoristas ofereceram propina.

“Conscientemente, eles (os motoristas) podem ter dado dinheiro sabendo que se destinava à propina”, afirmou Braz. “Contra esses motoristas, o Ministério Público vai mover ações individuais por corrupção ativa, que pode resultar na prisão deles”, acrescentou. Entretanto, segundo o promotor, outros motoristas podem ter pagado pelo serviços de despachantes sem saber do esquema de propinas. “A gente tem que fazer essa separação”, ressaltou Braz.

No total, de acordo com o MP-RJ, cerca de cem proprietários de veículos vão ser chamados para realizar novas vistorias nos veículos deles, e novas emissões de documentos. Deste total, serão identificados os que cometeram o crime de corrupção ativa.
Os suspeitos são acusados, de acordo com a denúncia, de receber propina para realizar vistorias de licenciamento anual, transferências de propriedade de veículos e emissão de documento de maneira irregular. O valor cobrado aos proprietários dos veículos dependia do local da vistoria e do tipo de fraude, podendo variar de R$ 50 a R$ 1,2 mil. A promotoria diz que a quadrilha movimentou, entre julho de 2009 e maio de 2012, R$ 200 mil por mês com propinas.
A ação conjunta da Corregedoria do Detran-RJ, do Gaeco do MP-RJ e da Polícia Civil apreendeu computadores e documentos em escritórios de despachantes. Foram expedidos 67 mandados de busca e apreensão. Os agentes também recolheram pelo menos R$ 4 mil em dinheiro. No posto de vistoria de São Gonçalo, a polícia revistou armários e carros de funcionários. Entre os crimes praticados pelo grupo estão formação de quadrilha, supressão de documento, usurpação de função pública, inserção de dados falsos, corrupção passiva e corrupção ativa.
Segundo o Ministério Público, entre os denunciados estão o policial militar, João Acácio Filho, que era o chefe do Posto de Campos dos Goytacazes, e o subchefe do Posto de Itaboraí. Dos 38 presos, 25 são mulheres.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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