segunda-feira, agosto 20, 2012

Polícia investiga participação de terceira pessoa em morte de torcedor




A Divisão de Homicídios (DH) investiga a participação de uma terceira pessoa na morte do torcedor do Vasco Diego Martins Leal, de 30 anos, vítima de uma briga entre flamenguistas e vascaínos. O delegado Rivaldo Barbosa informou ao G1, nesta segunda-feira (20), que uma testemunha teria visto um outro homem participando do crime. Dois suspeitos integrantes de uma torcida organizada do Flamengo já foram presos.
"As investigações avançaram muito com a prisão desses dois homens. Estamos fazendo diligências para apurar todas as hipóteses. Estamos tentando identificar outros envolvidos nesse crime", explicou o delegado.
Enterro de torcedor
O corpo de Diego Leal foi enterrado por volta das 16h20 desta segunda-feira (20) no Cemitério de Inhaúma, no subúrbio do Rio de Janeiro. O crime aconteceu no domingo (19), antes do clássico entre Flamengo e Vasco, no estádio do Engenhão.
Cerca de 200 pessoas acompanharam a cerimônia de sepultamento do torcedor, que era publicitário. Segundo amigos e parentes, Diego fazia parte de uma torcida organizada do Vasco, mas não utilizava a camisa do time na rua para evitar confusões com torcedores de times rivais.
Segundo o tio de Diego e professor de matemática Luiz Fernando Leal, Diego foi enterrado com a camisa do Vasco. Cerca de 20 integrantes de uma torcida do Vasco, todos descaracterizados, estiveram no enterro, mas preferiram não falar com a imprensa. "Ele era um cara que gostava do samba, namorava havia oito anos e pensava em se casar. Mas, infelizmente, ele foi vítima de vândalos que saíram dispostos a matar. Ele era um cara da paz, nunca brigou ou sofreu ameaças", disse o amigo de infância do jovem, Hugo Rodrigues, que é torcedor do Flamengo.

Cerca de 200 pessoas acompanharam o sepultamento do torcedor Diego Leal, no Cemitério de Inhaúma, no subúrbio do Rio, nesta segunda-feira (20) (Foto: Tássia Thum/G1)
Cerca de 200 pessoas acompanharam o sepultamento do torcedor Diego Leal,
no Cemitério de Inhaúma, no subúrbio do Rio, nesta segunda-feira (20) (Foto: Tássia Thum/G1)

O tio disse que o rapaz não usava a camisa do time na rua e nem em fotos de redes sociais a pedido dos pais, que temiam a violência nos estádios. O primo da vítima, o farmacêutico Felipe Leal, disse que Diego não ia aos jogos do Vasco havia cerca de um ano. No domingo, segundo o primo, Diego estava em um churrasco com amigos próximo de casa, no bairro de Tomás Coelho, quando houve o conflito. Felipe Leal afirma que Diego não ia ao Engenhão, já que havia combinado de ver a partida em um bar próximo de sua residência.
Nesta manhã, a Polícia Civil apresentou dois suspeitos de assassinar o torcedor do Vasco.  Alessanderson Piedade Motta, de 28 anos, e Daniel Monteiro Abreu, 27, estão presos da Divisão de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e vão responder por homicídio qualificado por motivo fútil. Segundo o delegado Rivaldo Barbosa, se condenados, eles podem pegar de 20 a 30 anos de prisão.
De acordo com o delegado, das cinco testemunhas ouvidas, duas reconheceram os suspeitos como responsáveis pela morte de Diego. O delegado informou que as investigações apontam Alessanderson, que já tinha passagem pela polícia por lesão corporal, como autor dos quatro tiros que atingiram a vítima e Daniel como o autor das facadas.



A confusão começou quando um ônibus com flamenguistas vindo de Resende, no Sul Fluminense, passou por um grupo de torcedores do Vasco concentrados num bar localizado na Rua Silva Vale. 
Ao tentar se esconder, Diego entrou em um outro bar, na Rua Itaquati. No interior do estabelecimento, ele foi morto pela dupla.

Na delegacia, Daniel confirmou que é comum o enfrentamento de torcidas rivais. “Torcida organizada funciona desta forma. É eles contra a gente e a gente contra eles. Uma vez mataram um amigo nosso e ninguém foi preso”, afirmou Daniel.

Outras testemunhas serão ouvidas

Daniel tem tatuagem do Flamengo nas costas (Foto: Renata Soares/G1)Daniel tem escudo do Flamengo tatuado nas
costas (Foto: Renata Soares/G1)
Ainda segundo o delegado, outros torcedores serão chamados para prestar depoimento novamente. “Isso é lamentável, é algo inaceitável. Vamos continuar a investigação e tentar identificar outras pessoas que tenham participado do crime”, afirmou Rivaldo, que acrescentou também que não há indícios de que a torcida tenha marcado este encontro pela internet:

"Não temos essa informação sobre o encontro marcado. Mas vamos continuar investigando", concluiu o delegado Rivaldo Barbosa.
Flamengo e Vasco jogaram no Estádio do Engenhão, na Zona Norte, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro 2012. O time rubro-negro venceu por um a zero, com gol de Vagner Love.

Fonte: G1/Cidade News Itaú

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