terça-feira, julho 17, 2012

Cai número de famílias endividadas no Nordeste

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A região Nordeste foi a única onde houve redução no número de famílias endividadas entre 2010 e 2011. De acordo com a "Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras", realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio - SP), 2,38 milhões (70,66%) das 3,37 milhões de famílias da região encerraram 2011 com dívidas.
O resultado representa um recuo de 2,14% em relação a 2010, quando havia 2,43 milhões de famílias endividadas. O cenário, entretanto, varia bastante de um Estado para outro, sendo que os números de São Luís e Natal destoaram do resultado geral.
Segundo o estudo, a capital brasileira que apresentou a maior redução na quantidade de famílias endividadas foi Aracaju, que tem 116.764 (75,84%) de suas 153.965 famílias nesta situação.
Um recuo de 11,11% no total de famílias com dívidas no período. A Assessoria Técnica da Fecomercio - SP destaca que, em 2010, Aracaju era a cidade com o maior porcentual de famílias endividadas, eram 86,41%.
Contudo, quando se fala em números absolutos, Aracaju não é a capital em que mais famílias quitaram suas dívidas. Este título cabe a Salvador, que viu 58.354 famílias acertarem suas contas e, agora, conta com 573.330 (66,25%) de suas 865.443 famílias endividadas. Uma queda de 9,24% em relação a 2010, quando 631.683 famílias se enquadravam nesta categoria.
São Luís e Natal foram as capitais do Nordeste onde o total de endividados mais cresceu, 18,76% e 12,94%, respectivamente. Entretanto, a capital com a maior proporção de famílias endividadas na região é Maceió, que conta com 207.399 (79,85%) de suas 259.744 famílias nesta condição. A capital alagoana é a terceira do País em quantidade de famílias endividadas.
Apesar de a quantidade de endividados ter recuado no Nordeste, a região ainda precisa melhorar em outros quesitos, já que abriga três das quatro capitais com a maior proporção de inadimplentes: Aracaju (1°), São Luís (2°) e Salvador (4°) tem 42,19%, 36,27% e 33,75% de suas famílias com contas atrasadas.
Além disso, também se encontram no Nordeste as capitais onde as famílias comprometeram a maior parcela da renda para o pagamento das dívidas: em Natal, Maceió, Teresina e Aracaju, as famílias comprometeram, respectivamente, 38,14%, 36,56%, 36,39% e 35,56% de seus recursos com as dívidas que assumiram. De acordo com os economistas mais conservadores, esta taxa não poderia ser superior a um terço da renda das famílias, ou 33,33%.
De modo geral, o nível de endividamento aumentou no Brasil. De acordo com a "Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras", 62,5% das famílias estão endividadas, um crescimento de 6,39% entre 2010 e 2011. O volume da dívida também aumentou, e muito, 11,57%. Em 2010, as famílias deviam R$ 145,14 bilhões e agora este montante é de R$ 161,93 bilhões, ou R$ 13,49 bilhões por mês.
A relação dívida/renda recuou de 29,53% para 29,49%. Outros resultados positivos detectados pela Fecomercio foram a redução de 2,02 p.p. no número de famílias inadimplentes, que hoje representam somente 22,9% do total, e a retração de 0,9 p.p. no total de famílias que afirmam não ter condições de pagar total ou parcialmente suas dívidas, que hoje são 8% da população.
O destaque negativo foi o aumento de 2,4 p.p. na taxa de juros - que também pode ser encarada como o preço do crédito -, que custaram às famílias um desembolso adicional de R$ 42,3 bilhões no ano.
No total, foram R$ 183,5 bilhões gastos com juros. Montante que poderia ter ampliado o consumo das famílias e, consequentemente, alimentado a cadeia produtiva, estimulado a geração de emprego e renda e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Fonte: O Mossoroense/Cidade News Itaú

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