domingo, junho 24, 2012

Perícia decisiva para esclarecer caso


Exames técnicos vão confirmar se a dupla morta em abril deste ano no bairro Abolição III (zona oeste) foi alvo de uma ação de legítima defesa ou se os dois foram executados. O autor dos disparos se apresentou à Polícia Civil na semana passada e disse que atirou porque seria assaltado. Ele disse ter trocado tiros com um dos supostos assaltantes (o outro foi baleado à queima-roupa). A perícia vai dizer se havia mais de uma arma na cena do crime e vai esclarecer outras dúvidas.
O duplo homicídio ocorreu na madrugada do dia 4 de abril deste ano, na Avenida Abel Coelho, Abolição III. Pelo horário, a primeira dificuldade da investigação foi encontrar testemunhas que possam contar o que ocorreu. Diante do impasse, a investigação vai se concentrar no confronto entre as informações prestadas pelo atirador, que tem 42 anos e teve sua identidade preservada pela Polícia, e as provas técnicas do Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP). Os exames mostrarão, de cara, se havia mais de uma arma na cena do crime, confirmando a versão do tiroteio.
No local onde foram encontrados os dois corpos, o Itep recolheu 23 cápsulas de pistola calibre 380, a mesma que foi entregue pelo autor, quando se apresentou na semana passada à Polícia Civil. Será feito um comparativo entre as cápsulas retiradas do local e as que serão emitidas pela arma durante os testes, verificando se todas foram expelidas por armas diferentes. Caso seja provado, a versão de um tiroteio, conforme informou o autor os disparos, ganha força. No inverso, tal versão enfraquece, dando margem para uma execução, derrubando a ideia de uma legítima defesa.
O delegado Roberto Moura, responsável pelo caso, adianta ainda que é possível ainda ser solicitada a reprodução simulada dos fatos, fazendo um novo confronto entre a versão do atirador e os dados da perícia. “Caso tenha alguma dúvida, vou pedir a reprodução para saber o que realmente aconteceu. Queremos saber se foi da maneira que ele (o autor dos tiros) disse. O que temos é a versão do autor e a perícia. Não há mais como ouvir as vítimas (ambas mortas)”, destaca o delegado, enfatizando que a reconstituição será uma forte aliada para a investigação, que vai influenciar em sua decisão.

Atirador mostrou habilidade incomum
O primeiro foi morto com um tiro na cabeça, efetuado à queima-roupa, enquanto o segundo foi atingido por disparos efetuados a uma certa distância.
Os dois casos mostram que o autor dos tiros, que é um comerciante de 42 anos, tinha habilidade para o manuseio da arma de fogo que portava, uma pistola calibre 380, registrada na Polícia Federal. Além do manuseio, o atirador mostrou que tinha controle da situação.
“Ele agiu com o elemento da surpresa. Viu que os motoqueiros estavam se aproximando e se preparou. Pegou os dois de surpresa. Quando eles disseram que era um assalto, ele sacou a arma e atirou”, comentou o delegado Roberto Moura, relatando a versão que foi dada pelo comerciante.
No primeiro disparo, Roberto explica que o comerciante mostrou frieza e esperou o momento certo para atirar, pegando o motoqueiro completamente desprevenido. A vítima foi encontrada caída, já sem vida, com a mão no rosto.
Depois disso, ele saiu correndo em direção contrária ao garupa da moto, que também estaria armado. Os dois trocaram tiros, à distância. Mais uma vez, o comerciante mostrou habilidade e acertou o alvo, que estava longe e em movimento.
Sem querer revelar a identidade do atirador, o delegado garantiu que não era um policial, ao ser questionado pela reportagem sobre essa habilidade, que é comum aos integrantes das forças de segurança.

Fonte: Defato/Cidade News Itaú

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!