domingo, março 18, 2012

Prejuízo chega a R$ 5 mi com interdição

 
Depois de quase dez anos retirando o sustento da família com o abate de frangos, a pequena empresária Patrícia Martins de Oliveira se vê obrigada a procurar outra ocupação para garantir a renda familiar.
O abatedouro dela e os de outros 25 pequenos empresários foram interditados nesta última semana pelo Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (IDIARN) porque não atendiam as exigências da legislação que rege a atividade. De acordo com o instituto, apenas um abatedouro da cidade dispõe de licença para atuar na cidade.
O trabalho do Idiarn foi motivado por uma ação do Ministério Público, pedindo que as repartições que atuam clandestinamente reajustem as instalações para atender as exigências da Vigilância à Saúde. A primeira ação aconteceu há três meses, quando os matadouros receberam a vistoria dos técnicos, que suspenderam a atividade por três meses para que as instalações fossem adaptadas.
Porém, no retorno que o instituto fez nesta semana, nenhum dos proprietários tinha atendido a recomendação, "por isso a ação do Idiarn foi interditar os abatedouros até que a legislação seja cumprida", explica Evandro Mendes, chefe do Idiarn.
Os produtores, por sua vez, alegam que as exigências são rígidas e a pequena escala de produção não viabiliza condições orçamentárias para a adequação. Patrícia Martins diz não ter noção de quanto deveria investir para implantar uma câmara de refrigeração, contratar um veterinário, além de todos os outros pontos cobrados pela lei.
Desde meados desta semana que ela ocupa o dia lavando roupa para fora de casa, para repor o dinheiro que deixou de circular em casa. Dono de outro abatedouro na cidade, o senhor Nildo atua no setor há vinte anos, mas já começa a contar os dias para abandonar o ramo porque "a cobrança em cima dos abatedouros está grande e não temos condições de atender a grande lista de exigências que inventam".
Os dois estão no rol dos pequenos empresários com abatedouros interditados nesta semana. Assim como eles, em média, cada abatedouro é responsável pelo abatimento de aproximadamente 50 a 70 frangos por dia, que são escoados para a Central de Abastecimento.
O colapso no fornecimento de frangos para o mercado local só está descartado porque o consumo interno também é abastecido por produtores dos Estados vizinhos, como Ceará e Paraíba. Duas granjas são responsáveis pela criação dos frangos e repassam as aves para os abatedouros. Mesmo assim, os empresários de granjas calculam que o prejuízo deve ultrapassar R$ 50 milhões em uma semana e a salvação será o escoamento dos animais para demais cidades do Estado.
Porém, a chefia do Idiarn alerta que o mesmo trabalho de vistoria realizado em Mossoró será extensivo também a outras cidades do interior do Estado. Para tentar encontrar uma forma de resolver o problema, o Ministério Público vai se reunir nesta semana com técnicos do Idiarn, além de uma comissão representativa dos pequenos produtores, para encontrar uma solução.

Fonte: Defato

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