domingo, março 18, 2012

Delegado tem experiência em casos mais complexos

 

O delegado Márcio Delgado Varandas, que hoje responde pela Delegacia de Polícia Civil de Macaíba, foi designado pela Delegacia-Geral de Polícia Civil (DEGEPOL) para assumir a investigação desse caso em caráter especial. Delgado tem assumido a investigação de casos importantes ocorridos no interior do Estado, como a chacina que vitimou o ex-prefeito de Campo Grande Antônio Veras e dois policiais militares que faziam sua segurança, além de outros crimes.
Ele esteve na região nesta semana e já deu início aos primeiros levantamentos. Ao DE FATO, ele afirmou que a investigação havia prosseguido na parte inicial, mas estava estagnada. O delegado responsável, até então, era Caetano Baumman de Azevedo, que pediu afastamento, alegando proximidade com os policiais envolvidos. Eles têm convivência em Baraúna e, por isso, Caetano pediu afastamento.
A princípio, Delgado evita tecer comentários sobre o caso. Ele afirma que veio à região se inteirar dos fatos, mas ressalta que não se trata de um caso difícil de ser esclarecido. "Fiz apenas me inteirar dos fatos, conversando com as partes, para poder me direcionar. Então, por enquanto, não posso fazer nenhuma avaliação".
De acordo com ele, a investigação já recomeçou efetivamente, buscando provas técnicas que estavam incompletas, ouvindo testemunhas já acionadas e buscando novos depoimentos. Além disso, se necessário, ele admite a possibilidade de solicitar a reprodução simulada dos fatos (reconstituição).
Sua intenção é acabar com todas as dúvidas que cercam o caso e mostrar se os policiais agiram realmente em legítima defesa, como eles dizem, ou se executaram a vítima, como declaram os familiares do rapaz.
A investigação é feita com uma equipe trazida pelo próprio delegado, juntamente com membros do setor de Inteligência da Polícia Civil de Natal.
Delgado garantiu à reportagem que vai concluir a investigação e esclarecer o ocorrido.

Ordem cobra expulsão dos envolvidos
Caso seja realmente provado nas investigações que os policiais executaram Francisco de Assis, a Ordem dos Advogados do Brasil vai acompanhar todo o processo, desde a conclusão da investigação ao julgamento, e vai cobrar a expulsão dos envolvidos dos quadros da PM.
"Queremos a expulsão desses policiais e que isso sirva de exemplo para que outros policiais não ajam de maneira semelhante", destaca Fransueldo Vieira de Araújo, advogado membro da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil local.
"A gente vai tentar fazer que esses policiais sejam investigados e, se necessário, punidos, para que a Polícia Militar passe a atuar sob a égide da lei", acrescenta o advogado.
Além da OAB, o caso está sendo acompanhado de perto pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAERCO) do Ministério Público Estadual.
Para que haja a expulsão de policiais militares envolvidos em crime, é preciso que eles passem por um procedimento administrativo interno, que é instaurado sempre que é feita alguma denúncia ou quando há suspeitas na forma de agir durante qualquer ação policial.

Fonte: Defato

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