sexta-feira, novembro 25, 2011

Empresário envolvido no "Sinal Fechado" continua internado na Zona Sul

O empresário José Gilmar de Carvalho Lopes, o Gilmar da Montana, apontado como sócio oculto do Consórcio INSPAR e de envolvimento na Operação Sinal Fechado, continua internado no Hospital do Coração, no bairro de Lagoa Nova, em Natal, onde se submete a exames na manhã desta sexta-feira (25). Sócio majoritário das empresas Montana Construções e Montana Habitacional Construções (MONTHAB), Gilmar seria beneficiado com o esquema de corrupção que funcionou por três anos no âmbito do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), revelado ontem pelo Ministério Público Estadual (MPE).

Gilmar da Montana deu entrada no hospital após passar mal no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, onde estão sete presos, dos 14 envolvidos na operação. O empresário está com "dor epigástrica de forte intensidade, associada a pico hipertensivo", segundo boletim médico emitido pelo hospital.

Ainda de acordo com informações do hospital, o paciente está sob forte tensão emocional, e deve passar por uma bateria de exames, que inclui procedimentos laboratoriais, radiológicos e uma endoscopia digestiva alta. As informações são do Dr. Marcos Dias Leão, médico assistente que trata Gilmar. Um novo boletim médico será emitido às 18h desta sexta-feira.

A Polícia Militar montou escolta na porta do apartamento onde Gilmar da Montana está internado. Na entrada do hospital, também há policiais militares escoltando o suspeito de envolvimento na quadrilha acusada de fraudar licitações para realizar inspeções veiculares no Rio Grande do Norte. Nove homens garantem a segurança do paciente.

Contra Gilmar, há provas de que teria bancado parte do pagamento de propina por parte de George Olímpio (dono da Inspar e chefe da suposta quadrilha) e a agentes públicos, bem como teria recebido oferecido a vantagem indevida a agentes públicos, para manter a sua participação no negócio. Construiu as bases dos centros de inspeção veicular, através da MONTHAB, para depois alugá-las ao referido consórcio, obtendo, além disso, participação nos lucros do negócio. Teria, ainda, participado de negociata na vizinha Paraíba, fazendo doação irregular de campanha para garantir a contratação futura da organização criminosa para a concessão do serviço de inspeção veicular no Estado vizinho.

Homem-bomba

Antes de passar mal, José Gilmar de Carvalho Lopes revelou detalhes do funcionamento do esquema de corrupção. Ele próprio teria investido R$ 10 milhões e o outro empresário, George Anderson Olímpio da Silveira, R$ 15 milhões para o contrato de inspeção veicular e construção de prédios a Inspar, dos quais R$ 2 milhões para propinas a agentes públicos.

Ainda segundo o depoimento de Gilmar Lopes ontem, 15% dos lucros da Inspar iriam para a ex-governadora Wilma de Faria (PSB), 15 % para o ex-governador Iberê Ferreira (PSB) e 10% para a empresa Montana, de propriedade de Gilmar.

Outros envolvidos estão em cela única

Os outros sete envolvidos presos ontem na Operação Sinal Fechado estão presos dentro do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no bairro do Tirol, dentro de um alojamento fechado. De acordo com o comandante da corporação, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, os supostos envolvidos estão em “cela única, em beliches”. Todos são portadores de curso superior, e têm direito a cela especial. “Eles podem, inclusive, conversar entre si”, afirmou o coronel Araújo. 

Fonte: DN

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