sexta-feira, fevereiro 16, 2024

Equipes do Bope e de unidade especializada em áreas rurais são enviadas para buscas a fugitivos do presídio em Mossoró

Ciopar é unidade da Polícia Militar do RN especializada em operações em área rurais — Foto: Ciopar/Divulgação

Equipes do Batalhões de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Companhia Independente de Operações e Patrulhamento em Áreas Rurais da Polícia Militar do Rio Grande do Norte foram enviadas à região Oeste do estado para reforçar as buscas pelos dois homens que fugiram do presídio federal de Mossoró.


Segundo o Ciopar, os militares da unidade especializada possuem "treinamento e capacitação para infiltrar-se em terrenos hostis do clima semiárido e combater o crime".


A informação sobre o envio do reforço foi confirmada nesta sexta-feira (16) pelo secretário estadual de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo, que não detalhou a quantidade de militares enviada ao local.


Equipes do Batalhões de Operações Policiais Especiais (Bope) e da Companhia Independente de Operações e Patrulhamento em Áreas Rurais da Polícia Militar do Rio Grande do Norte foram enviadas à região Oeste do estado para reforçar as buscas pelos dois homens que fugiram do presídio federal de Mossoró.


Segundo o Ciopar, os militares da unidade especializada possuem "treinamento e capacitação para infiltrar-se em terrenos hostis do clima semiárido e combater o crime".


A informação sobre o envio do reforço foi confirmada nesta sexta-feira (16) pelo secretário estadual de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo, que não detalhou a quantidade de militares enviada ao local.


Buscas nas proximidades da penitenciária federal de Mossoró — Foto: Isaías Fernandes/TCM/Cedida


O jornalista da TV Globo, César Tralli, apurou que na manhã desta sexta-feira (16) um avião da Polícia Federal sairá de Brasília para Mossoró com equipes de operações especiais da própria PF e da Polícia Rodoviária Federal.


Serão enviados:


25 integrantes do Comando de Operações Táticas da PF (COT), unidade de elite da PF.

7 policiais do Grupo de Resposta Rápida da PRF (GRR).


Em entrevista concedida na tarde desta quinta-feira (15), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que acredita que os fugitivos permanecem próximos ao presídio após a fuga, num perímetro de até 15 km até o centro da cidade de Mossoró.


"É um local de matas, uma zona rural, e nós imaginamos que eles estejam homiziados ainda naquela região, porque pelas vídeo câmeras nós não identificamos nenhum veículo que os tenha buscado quando transpuseram as grades do presídio", disse o ministro.


Lewandowski também citou que não houve nenhum registro de furto ou roubo de carros na região, o que reforça a hipótese de que fugitivos se mantiveram nas proximidades.


Além disso, uma casa nas redondezas, que fica na zona rural, foi arrombada, e foram levadas comidas e roupas. O crime pode estar associado aos fugitivos, segundo o ministro.


Residência nas redondezas do presídio federal de Mossoró foi arrombada — Foto: Ayrton Freire/Inter TV Cabugi

Outras medidas também foram tomadas pelo Ministério da Justiça para evitar que os fugitivos consigam escapar do cerco policial. Entre elas, estão:


registro do nome dos fugitivos no sistema de difusão vermelha da Interpol;

inclusão do nome dos fugitivos no sistema de proteção de fronteiras;

reforço na atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas rodovias e nas divisas de estados próximos a Mossoró, como Ceará e Paraíba.

"Acreditamos que os dois fugitivos serão recapturados num período muito breve", disse o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.


A pasta também informou que solicitou abertura de processo administrativo para apurar as responsabilidades da fuga e de um inquérito policial para investigação de alguma eventual responsabilidade criminal, como uma possível facilitação da fuga.


Na entrevista, Lewandowski listou alguns fatores que podem ter contribuído para a fuga dos dois presos: eles fugiram por falhas no teto, passaram por tubulações e utilizaram ferramentas da construção que está sendo feita na unidade, incluindo um alicate para cortar as grades da penitenciária.


O ministro relatou que havia uma reforma sendo executada no presídio e que as ferramentas não foram armazenadas de forma correta, o que as deixou mais disponíveis aos presos.


Além disso, o ministro confirmou que algumas câmeras de segurança não estavam funcionando no momento da fuga e ainda acrescentou que luzes do presídio também estavam desligadas.


O Secretário Nacional de Políticas Penais (Senappen), André de Albuquerque Garcia, foi enviado para Mossoró, onde passou a trabalhar em uma sala de situação - ao lado de representantes de outros órgãos - na Delegacia da Polícia Federal em Mossoró. Nesta quinta (15), ele afirmou que as buscas seguem ativas por 24 horas e que a recaptura é prioridade.


Primeira fuga da história

Pela primeira vez no Brasil, um presídio de segurança máxima do sistema penitenciário federal registrou uma fuga.


O sistema foi criado em 2006 e conta com cinco presídios de segurança máxima. O presídio de Mossoró foi o terceiro a ser inaugurado pela União, em 2009.


Morte de adolescente, rebelião: quem são os fugitivos

Os dois presos são do Acre e estavam na Penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos - três deles decapitados.


Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.


Rogério da Silva Mendonça roubou uma moto em 18 de fevereiro de 2021 no Acre. No dia 22 do mesmo mês, assaltou um motorista de aplicativo. Três dias depois, foi preso em flagrante com uma arma de fogo após investigações e foi levado ao Presídio Evaristo de Moraes, em Sena Madureira (AC). A polícia pediu a prisão preventiva dele após esses crimes.


Já preso, acionou comparsas e mandou matar o adolescente Taylon Silva dos Santos, de 16 anos, em abril de 2021. Após o crime, Rogério foi transferido para o Presídio Antônio Amaro Alves, na capital, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde ficou desde então, até ter sido transferido ao Rio Grande do Norte.


Rogério responde a mais de 50 processos. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).


Detentos são do Acre e foram transferidos em setembro, dois meses após rebelião que deixou cinco mortos — Foto: Reprodução


Já Deibson Cabral Nascimento tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.


Fonte: g1

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