quarta-feira, setembro 13, 2023

Com decisão favorável da Justiça, potiguar com câncer de rim aguarda desde julho por tratamento que custa R$ 62 mil por mês

Paciente internado em Natal com câncer no rim luta na Justiça por tratamento que custa R$ 62 mil por mês — Foto: Cedida

Um homem de 42 anos com câncer de rim luta pela continuidade do tratamento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Em março deste ano, João Pedro da Silva Júnior, que está internado no Hospital Rio Grande, em Natal, recebeu a indicação para tratamento por imunoterapia que custa, em média, R$ 62 mil por mês. O valor foi conseguido pela família por intermédio da Justiça Federal e está bloqueado nas contas do Governo do Estado aguardando a compra do medicamento.


Em nota, o Hospital Rio Grande informou que "quando se tratam de medicamentos que não estão previstos nos protocolos do SUS, como é o caso em questão, a única forma de garantir acesso a essa medicação é pela via judicial".



João Pedro começou a apresentar fraqueza no corpo e constante perda de peso em outubro de 2022, ao buscar atendimento especializado, foi diagnosticado em novembro com câncer de rim. No início do tratamento, em janeiro, foi submetido a uma nefrectomia radical, quando aconteceu a retirada total do rim esquerdo, que tinha uma lesão com mais de 12 centímetros.


“Meu marido vivia uma vida normal, sempre muito ativo, pai presente na vida dos nossos sete filhos, mas tudo mudou com a descoberta e o desenvolvimento desse câncer”, afirma Karolina Soares, esposa de João Pedro.

No pós-cirúrgico, a equipe médica descobriu o avanço das células cancerígenas para a coluna, após ele apresentar dores nas costas e comprometimento motor. João Pedro foi submetido ao seu segundo procedimento, uma neurocirurgia para retirada de um tumor raquimedular, o que caracterizou a metástase óssea.


Com a identificação da metástase, que se espalha por costelas, osso esterno e pulmões, as células não respondem mais aos efeitos da radioterapia e da quimioterapia. Houve indicação médica para o tratamento chamado de imunoterapia, que seria feita com o uso de dois medicamentos visando fortalecer o sistema imunológico.


Em maio deste ano, a família entrou na Justiça para garantir o suporte financeiro por meio do SUS, já que o sistema não oferta esse tipo de tratamento aos pacientes com câncer de rim. O custo dos medicamentos pode chegar a R$ 62 mil por mês - o tratamento deveria ser feito ao longo de um ano.



“O Estado se negou no primeiro momento pelo valor, e aí o processo foi parar na instância federal após recorrermos, que mandou bloquear o valor para a compra da medicação. Já são quatro meses de trâmite processual e nada do medicamento”, afirma Karolina.


Em agosto, a Justiça determinou que o Hospital Rio Grande, onde João Pedro está internado, tinha um prazo de cinco dias úteis para apresentar os orçamentos para compra da medicação, o que só foi enviado no início do mês de setembro. "O intervalo de tempo que os fornecedores precisaram para entregar os orçamentos foge do controle do hospital", explicou a nota do Rio Grande.


A Justiça federal informou que no dia 8 de setembro "foi determinado o bloqueio complementar para a aquisição dos medicamentos". “Agora ficamos aguardando quem efetuará essa compra e quando será entregue. Será pelo Estado, que está com o dinheiro bloqueado? Pelo hospital? Pelo laboratório do fabricante do remédio? Quem compra e quando chega?”, questiona Karolina.


Para responder a esses questionamentos, a reportagem da Inter TV Cabugi entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), que até a última atualização dessa matéria não apresentou resposta.


Ainda de acordo com a esposa, o quadro atual de João Pedro é estável, mas ela garante que a aplicação do tratamento por imunoterapia é urgente e imprescindível para a saúde dele.


Fonte: g1

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