domingo, julho 02, 2023

Família diz que operário está preso injustamente no lugar do irmão

A família de um operário da construção civil diz que ele foi preso injustamente, no RJ, no lugar do irmão — que cometeu crimes em Natal (RN) e usou o nome do parente.


Os irmãos Waelinton Gonçalves dos Santos e Wando Gonçalves dos Santos — Foto: Reprodução


Waelinton Gonçalves dos Santos está preso há 45 dias em São Gonçalo por crimes que aconteceram há 8 anos no Rio Grande do Norte. Mas sua defesa afirma que o real culpado por roubo, porte de arma e homicídio é Wando Gonçalves dos Santos.


Waelinton, de 33 anos, trabalhava numa empresa de construção civil em São Conrado e foi preso enquanto almoçava. Já Wando está solto.


“Eu sinto muita tristeza. Meu esposo é inocente e está pagando por uma coisa que ele não fez. Ele sempre foi trabalhador, um bom pai, um bom marido, nunca foi envolvido com nada errado, nenhum crime”, disse Micheli Santos, esposa do Waelinton.


Entenda a confusão

Diego Moreira Saldanha, advogado da família, explicou que o verdadeiro Waelinton se mudou para o Rio de Janeiro em janeiro de 2015 — e no mês seguinte já estava empregado com carteira assinada.


Nessa época, segundo Diego, Wando estava preso, após roubar uma farmácia de Natal em outubro de 2014 — mas ele se identificou como Waelinton. Foi solto em maio de 2015.


“É impossível uma pessoa ficar presa no Rio Grande do Norte e ao mesmo tempo estar trabalhando aqui, formalmente, formalmente, no Rio de Janeiro”, destacou o advogado.


Em agosto de 2015, o Waelinton real mudou de emprego no RJ, também de carteira assinada. Dez dias antes, em julho, um suspeito que se identificou como Waelinton foi baleado num confronto com policiais em Natal, depois de uma tentativa de roubo junto com outros três menores. Ele conseguiu fugir do hospital e nunca foi formalmente identificado.



O terceiro crime foi um homicídio, que aconteceu no fim de agosto — e Waelinton, no Rio, estava em lua de mel.


“O Waelinton se casou no dia 20 de agosto de 2015. Como é que uma pessoa em lua de mel sai do RJ, vai até o RN, comete um homicídio e retorna para a sua cidade?”, questionou Diego.


Dois alvarás de soltura

Depois que Waelinton foi preso, no mês passado, a defesa entrou com recurso pedindo que ele fosse solto. O juiz do processo do homicídio a princípio negou. Mas depois de uma manifestação favorável do Ministério Público, a prisão foi revogada, no último dia 27.


No processo a que ele responde pelo porte de arma ilegal, o juiz reconheceu que a pessoa presa na ocasião, que depois fugiu, não foi identificada — e determinou outro alvará de soltura para Waelinton, no último dia 23.


“Estamos aguardando questões burocráticas, porque ele se encontra preso no RJ, mas as ações tramitam no RN”, disse o advogado.


O RJ1 questionou a Justiça potiguar, mas, até a última atualização desta reportagem, ainda não havia uma resposta.


Fonte: g1

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