quarta-feira, outubro 26, 2022

Preços das passagens aéreas disparam mesmo com recuo no querosene de aviação



Gasolina, alimentos, energia – nada disso surpreendeu nos dados da prévia da inflação divulgados na terça-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A surpresa veio de um item que, por sorte, tem maior peso no orçamento das famílias de renda mais alta: as passagens aéreas.


A disparada, de 28,17% na passagem de setembro para outubro, foi a maior em um ano: em outubro de 2021, com a retomada do turismo depois da crise da Covid-19, as passagens subiram 34,35% frente ao mês anterior.



A disparada de preços surpreendeu, e superou em muito a alta esperada pelos analistas. A Terra Investimentos estimava alta de 10% no mês, enquanto a expectativa da XP era de +15%. Já o Itaú projetava uma taxa 12 pontos percentuais menor.


Desde o começo do ano, as passagens aéreas acumulam alta de 36,37%. Em 12 meses, chega a 40,58%, de acordo com os dados do IBGE.


Querosene em baixa

A alta nos preços das passagens vai na contramão do custo do querosene de aviação (QAV) – que representa mais de um terço dos custos totais das companhias aéreas.



Nos últimos três meses, a Petrobras anunciou três reduções no preço do QAV: -2,6% em agosto; -10,4% em setembro; -e 0,84% em outubro.


O que dizem as aéreas

Procurada pelo g1, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) apontou que o ambiente é de muita volatilidade nos preços do barril de petróleo e na cotação do dólar, o que pressiona o preço do querosene de aviação.


"Cabe destacar que de janeiro a outubro, segundo dados Petrobras, o QAV acumula aumento de 47,64%, variação bem superior à alta de 28,17% dos preços das passagens aéreas divulgada hoje (25) pelo IPCA-15, do IBGE", diz a entidade em nota.


A Abear lembra ainda que, no acumulado de 10 meses de 2022, o preço dos bilhetes aéreos medido pelo IBGE registrou quedas em janeiro (-18,21%), fevereiro (-5,05%), março (-7,55%) e agosto (-12,22%), e que considera positivas as reduções no preço do QAV anunciadas pela Petrobras, mas que essas reduções "ainda são insuficientes para cobrir o aumento acumulado no ano do combustível da aviação comercial".


Fonte: g1

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