O valor estimado do tíquete médio para as compras referentes ao Dia das Crianças em Natal deve passar dos R$ 117,52, registrados em 2021, para R$ 135,48 neste ano, um aumento de 15,28%, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio RN). A expectativa é de que as compras para a data em 2022 injetem R$ 188 milhões no comércio do Estado, um incremento de 22,4% em relação ao ano passado, quando o valor registrado ficou próximo de R$ 154 milhões, segundo a Federação.
Adriano Abreu Expectativa é de que as compras para a data injetem R$ 188 milhões no comércio do Estado, um incremento de 22,4% ante 2021
Ainda segundo a Fecomércio, 63,7% dos natalenses pretendem ir às compras até esta quarta-feira (12), quando é comemorada a data. No Alecrim, principal centro comercial da cidade, o movimento pelas ruas do bairro era intensa na tarde desta terça-feira (11). Dezenas de pessoas caminhavam em meio às lojas e camelôs na expectativa de levar para a casa um presente que agradasse aos pequenos, ao mesmo tempo em que buscavam encontrar o preço que mais combinasse com o próprio orçamento.
A aposentada Graça Silva, de 72 anos, estava com a filha e a neta, a pequena Nadine, de 5 anos, à procura de um fone de ouvido para presentear a menina. “É o que ela pede todo dia. Ainda vou pesquisar os preços. Acredito que esse ano vou gastar mais, porque em 2021 eu dividi a compra com a mãe dela e agora, vou pagar sozinha”, conta. O fone de ouvido, no entanto, não é o único produto que a menina vai desfrutar.
“Juntei dinheiro e comprei um castelo bem grande para mim”, relata a pequena. O brinquedo, de acordo com a avó, custou R$ 80. Em uma loja de variedades, também no Alecrim, o movimento pelos corredores era intenso. “Estou comprando duas bonecas. Uma custou R$ 80 e a outra R$ 100. Foi pedido dela e eu quis agradar”, comenta Emanuela Rafaela, após comprar os presentes para a sobrinha Iamin, de 7 anos.
Na loja onde a compra foi efetivada, a perspectiva é aumentar em 20% as vendas este ano no segmento de brinquedos que, de acordo com a Fecomércio, está entre a categoria de produtos mais procurada para presentear (53,3%). “O movimento cresceu muito aqui desde sábado . As pessoas estão gastando, em média, R$ 300 com brinquedos na loja. Nossa expectativa é de que as vendas nessa categoria cresçam 20% em relação ao ano passado”, afirmou a gerência da loja.
Apesar da disposição em comprar, muita gente reclama da alta de preços dos principais itens para crianças, o que pode refletir nas vendas, de acordo Ana Luiza Bastos, dona da loja Criamigos, instalada no Natal Shopping. “A procura é bem alta, mas eu sinto que é menor do que no ano passado. Acredito que tem a ver com os preços reajustados e com o período eleitoral. Aqui os nossos produtos (ursinhos de pelúcia) custam a partir de R$ 99. Dá para fazer várias experiências [com os produtos] e a gente busca que todas sejam acessíveis [em termos de preço], frisa Ana Luiza.
Ainda que com o movimento menor, Ana Luiza comemora a data. “Espero fila na loja nesta quarta-feira. Tem muitos pais que seguram para só presentear no dia mesmo. ”, afirma. O aumento de preços nos produtos, claro, também é observada pelos consumidores. “Os preços estão astronomicamente altos”, disse o empresário Yuri Matheus, que foi ao shopping trocar o presente de aniversário da filha, Alice, de 1 ano.
“Por causa do Dia das Crianças, fizemos um incremento. Trocamos uns lacinhos de cabelo, que foram repetidos na primeira compra, por alguns prendedores, e colocamos uma quantidade a mais. Ao todo, gastamos R$ 169”, comenta Yuri, ao lado da esposa.
Além de brinquedos, roupas (37,6%), calçados (9,7%), e eletrônicos (5,5%) são os itens mais buscados para presentes em Natal, segundo a Fecomércio. Em relação à quantidade, 45,3% dos entrevistados revelaram que irão optar pela compra de apenas um item.
A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Natal (CDL) comemora as perspectivas para a capital. De acordo com José Lucena, presidente da CDL Natal, as vendas do Dia das Crianças servem de termômetro para o ciclo natalino “O Dia das Crianças revela ao comércio as tendências do comportamento do consumidor e preferências para as compras do fim do ano. Estamos otimistas para os resultados, afirmou ele.
Comércio de rua é opção mais buscada para compras
O comércio de rua é o destino para as compras de 41,6% dos natalenses quando o assunto é presentear os pequenos. Em seguida, vêm os shoppings, local escolhido para 39,5% dos entrevistados. O Natal Shopping, localizado na zona Sul da capital, aguarda esse público com a expectativa de aumento de 7% nas vendas para a data, em relação a 2019, período pré-pandemia.
“Sentimos que as famílias gostam de vir ao shopping para celebrar essas datas especiais porque, além da criança poder escolher o seu presente, ainda podem viver experiências juntos e criar memórias. Planejamos sempre uma programação especial para encantar pessoas de todas as idades e, dessa vez, vai ser ainda mais especial, porque vamos estar comemorando duplamente o Dia das Crianças e o aniversário da nossa mascote, a Naty”, afirma o superintendente Felipe Furtado.
O presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, destaca que a expectativa para esse Dia das Crianças é positiva. “Nossa pesquisa mostra que temos um aumento no volume de pessoas que pretendem presentear na capital potiguar e, em Mossoró, houve crescimento de 13,3% no valor movimentado, de 10 milhões em 2021, para 11 milhões este ano”, pontua Queiroz. O gasto médio por pessoa na segunda maior cidade do Estado é de R$ 121,41, sendo que 56% pretendem pagar as compras no cartão parcelado, de acordo coma Fecomércio.
Números
R$ 135,48 é o tíquete médio para compras em Natal (+15,28% em relação a 2021).
R$ 188 milhões serão injetados no comércio em todo o RN na data (+22,4% em relação a 2021).
R$ 121,41 é o tíquete médio para compras em Mossoró.
Fonte: Fecomércio RN
Brinquedos ficam 20% mais caros, diz pesquisa XP
Uma pesquisa da XP aponta que a inflação dos bens e serviços mais consumidos no Dia das Crianças sofreu uma alta de 13,7%, em média, nos últimos 12 meses. No ano passado a variação média tinha sido de 10,2%. Os brinquedos foram os itens mais afetados, com alta de 20% em um ano. Videogames e computadores pessoais foram os únicos com queda nos preços no período (-1,1% e -4,7, respectivamente).
"Depois de fortes problemas nas cadeias de produção de diversos componentes que envolviam tecnologia durante a pandemia, a normalização tem permitido a queda recente no preço desses itens.", explica Tatiana Nogueira, economista da XP. Quem optar por viajar este ano pode encarar avlores bem altos. Como o Dia das Crianças coincide com o feriado católico, muitas famílias aproveitam para passear fora de suas cidades. Para isso, será necessário gastar mais já que nos últimos 12 meses o preço das passagens aéreas subiu 74,9%.
Quanto à hospedagem e pacotes turísticos, as altas acumulam alta de 22% e 23%, respectivamente. Para economizar, a opção pode ser viajar de carro, aproveitando os preços dos combustíveis que caíram recentemente com corte de impostos e preços da Petrobras. No último ano, a queda é de 7%, após subir 41% no mesmo período do ano passado.
Se o plano for levar as crianças para comer fora no dia do ano mais aguardado pelos pequenos, seja em um restaurante para almoçar ou para comer apenas uma sobremesa — um sorvete, por exemplo —, os adultos terão que desembolsar de 8,4% a 16,8%, mais que no feriado do ano passado. “Além dos custos terem subido no período, especialmente alimentos, a reabertura da economia depois da pandemia permitiu que os estabelecimentos reajustassem seus preços à luz desses custos mais elevados.”, esclarece Tatiana Nogueira.
Produtos o Dia das Crianças com maior alta
Brinquedos (+20,3%)
Sapato (+18%)
Sorvete em supermercado (+16%)
Roupa (+14,3%)
Fonte: Tribuna do Norte
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