terça-feira, maio 10, 2022

Ex-premiê francês é condenado a quatro anos de prisão por criar emprego fantasma para esposa

O Tribunal de Apelação de Paris confirmou nesta segunda-feira (9) o veredito do ex-primeiro-ministro francês, François Fillon. O premiê já havia sido condenado em 2020 pela criação de empregos fantasma para sua mulher, Penélope Fillon, que teria recebido cerca de € 600 mil sem trabalhar, como assessora parlamentar do marido Assembleia Nacional da França, na época em que era deputado. Os dois entraram com recurso na Justiça. 


Candidato conservador, François Fillon, enfrentou escândalo de corrupção durante a campanha — Foto: Valery Hache / AFP


Fillon foi condenado a quatro anos de prisão, dos quais um em regime fechado. Ele também deve pagar € 375 mil de multa e ficará inelegivel por dez anos. 


rançois Fillon com a mulher, Penelope — Foto: Pascal Rossignol/Reuters


O casal alega inocência e não estava presente no tribunal. Penélope Fillon foi condenada a dois anos de prisão com sursis. Entre 1998 e 2013, ela recebeu € 612 mil por três empregos fantasmas como assistente parlamentar do marido e seu suplente, Marc Joulaud.


Acusado de cumplicidade, Joulaud também estava ausente. Ele foi condenado a três anos de prisão. Os três devem pagar uma multa de € 800 mil à Assembleia Nacional.


A pena de Fillon ainda poderá ser revisada. Ele será convocado em breve por um juiz que poderá decidir, por exemplo, que ele cumpra prisão domiciliar e utilize uma tornozeleira eletrônica.


Fim da candidatura


Francois Fillon, durante coletiva de imprensa em 2017 — Foto: REUTERS/Benoit Tessier


O escândalo foi revelado em 2017, durante a campanha presidencial do partido de direita Os Republicanos e acabou com a candidatura de François Fillon, ex-primeiro-ministro do ex-presidente Nicolas Sarkozy, eleito em 2006. O ex-chefe de governo chegou a ser favorito nas pesquisas, mas acabou sendo eliminado no primeiro turno.


Fillon, que já havia se retirado da vida política, anunciou sua aposentadoria no fim de fevereiro, após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Ele era membro do Conselho de Administração da Petroquímica Sibur e da Zarubezhneft, empresa especializada em hidrocarburetos. Ambas são dirigidas por pessoas próximas ao presidente russo, Vladimir Putin.


Premiê anunciou aposentadoria

A primeira condenação de François e Penelope Fillon ocorreu em junho de 2020. Em novembro, eles estiveram novamente diante da Justiça francesa e chegaram a entrar com recurso na tentativa de reverter o resultado do primeiro julgamento, mas a Promotoria francesa pediu cinco anos de prisão pelos crimes de corrupção -  um em regime fechado -  e exigiu que o ex-primeiro-ministro usasse uma tornozeleira eletrônica.


Os dois já haviam sido condenados em primeira instância, em um outro caso, por desvio de dinheiro público e outros crimes de corrupção. François Fillon foi condenado ao pagamento de uma multa de € 375 mil por mau uso de recursos públicos, cumplicidade e uso indevido de recursos.


Fonte: RFI

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