quinta-feira, março 24, 2022

Com 180 mil novos casos por dia, França tem nova onda de Covid e especialistas questionam fim das restrições

A França registrou nesta terça-feira (22) 145.560 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas. O número é menor do que na véspera, quando as novas contaminações passaram da marca de 180 mil, recorde batido pela primeira vez desde o início de fevereiro deste ano. O balanço chama a atenção dos especialistas, que questionam o fim das restrições sanitárias anunciado recentemente pelas autoridades.


O balanço foi publicado na noite desta quarta-feira (23) pela Saúde Pública da França, entidade que reúne os dados oficiais sobre o assunto. Apesar da queda, os números chamam atenção, no momento em que o país liberou a maior parte das restrições contra a doença.


Fazendo upload: 954512 de 954512 bytes.
Franceses aguardam para serem testados contra Covid-19 em Paris em 23 de dezembro de 2021. O ministro da Saúde da França, Oliver Veran, disse em 4 de janeiro de 2022 que quase 300 mil novos casos foram registrados no país nas últimas 24 horas. — Foto: Stephane de Sakutin/AFP


Ainda de acordo com os dados oficiais, 1.564 pacientes estão internados atualmente em leitos de reanimação em razão do coronavírus, 40 a menos do que na véspera.


O número de contaminações diárias vem aumentando na França há várias semanas. Na terça-feira (22), o total de novos casos chegou a 180.777, uma alta de 55% em relação a terça-feira anterior (15), quando foram diagnosticados 116.618 novos casos positivos.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que vários países europeus, incluindo a França, suspenderam as suas medidas restritivas muito rapidamente e de forma "brutal". “Os países onde estamos vendo um aumento particular são o Reino Unido, Irlanda, Grécia, Chipre, França, Itália e Alemanha”, destacou o diretor da OMS Europa, durante uma conferência nesta terça-feira. "Esses países elevaram as restrições abruptamente”,  disse ele, explicando que se antes eram demasiadas, agora as restrições seriam insuficientes.



Desde 14 de março, os franceses não são mais obrigados a usar máscaras de proteção em quase todos os locais fechados, incluindo escolas e empresas.


A medida suscitou críticas de alguns especialistas. “O fim da obrigatoriedade do uso da máscara pode ter como consequência o fato de que pessoas vulneráveis, não vacinadas ou imunodeprimidas, assim como os idosos, poderão ser contaminadas e desenvolver formas graves da doença que levem à hospitalização e até morte”, diz o professor Antoine Flahault, médico epidemiologista e diretor do Instituto de Saúde Global, em  Genebra. “Deveríamos condicionar essas medidas às condições sanitárias. Se isso tivesse ocorrido, jamais teríamos retirado as máscaras nesse momento”, completou, acrescentado que considerava a decisão do governo francês prematura. ”Estamos acima dos níveis de dezembro passado e poderíamos entender a necessidade da proteção. É mais difícil de voltar a obrigatoriedade depois que foi retirada”, conclui.


Dois dias após o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras, o ministro francês da Saúde, Olivier Véran, havia admitido que os casos deveriam aumentar até o fim do mês. “O Conselho Científico e as projeções do Instituto Pasteur nos dizem que deve haver um aumento das infecções por mais 10 ou 15 dias, provavelmente até o fim de março”, afirmou, assegurando que não havia "nenhum risco de saturação de hospitais".



Na ocasião, o governo disse ter tomado a “decisão certa” ao acabar com restrições.


Fonte: g1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!