segunda-feira, janeiro 31, 2022

Conselho de Segurança da ONU se reúne para debater situação na Ucrânia

O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta segunda-feira (31), a pedido dos Estados Unidos, para debater a situação na Ucrânia e a escalada de tensão com a Rússia.


Reunião do Conselho de Segurança da ONU de 2019, em que membros votaram resolução sobre a situação na Venezuela — Foto: Seth Wenig/AP


Os EUA que ameaçam adotar sanções contra a Rússia (e ao próprio presidente do país, Vladimir Putin), tenta ao lado de seus aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) dissuadir o país de invadir a Ucrânia.


"Mais de 100 mil tropas russas estão mobilizadas e a Rússia organiza outros atos de desestabilização contra Ucrânia, o que constitui uma ameaça à paz, à segurança internacional e à Carta da ONU", afirma a embaixadora americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.


Espremida entre ameaças da Otan e da Rússia — e diante da ameaça de invasão —, a Ucrânia pediu no domingo (30) ao vizinho que retire suas tropas e mantenha o diálogo com os países ocidentais se "realmente" deseja reduzir a tensão.


Ameaça de sanções

EUA e Reino Unido ameaçam adotar novas sanções contra a Rússia


Autoridades britânicas afirmam que terão como alvos diversos interesses econômicos russos, e nos EUA congressistas democratas e republicanos anunciaram que o Congresso está perto de alcançar um acordo sobre novas medidas a serem adotadas.


Entre as possíveis sanções estão o gasoduto estratégico Nord Stream 2, construído entre a Rússia e a Alemanha e até o acesso russo a transações em dólares, principal moeda do comércio internacional.


Exigências da Rússia

Diante das novas ameaças, a Rússia exigiu ser tratado em igualdade de condições. "Queremos relações boas, equitativas, de respeito mútuo, com os Estados Unidos e com todos os países do mundo", declarou o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.


Lavrov afirmou que a Rússia, que é acusada de ter concentrado cerca de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia para preparar um ataque, apenas "não quer permanecer em uma posição" na qual sua segurança "seja violada diariamente".


O governo russo nega ter qualquer intenção de invadir o vizinho, mas exige que a Otan proíba a Ucrânia de entrar na aliança político-militar e que pare de fortalecer sua presença no leste europeu — exigências rejeitadas pelos EUA.


Comboio de veículos blindados russos em rodovia na Crimeia, região da Ucrânia que foi invadida e anexada pela Rússia em 2014, em foto de 18 de janeiro de 2022. Rússia concentra mais de 100 mil soldados, com tanques e outras armas pesadas, perto da fronteira com o país vizinho, no que países ocidentais temem que seja um prelúdio de uma nova invasão. — Foto: AP


Tentativa de diálogo

A subsecretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, disse que há "sinais" de que a Rússia estaria interessada em um diálogo sobre a resposta dos Estados Unidos e da Otan e disse que o secretário de Estado, Antony Blinken, e Serguei Lavrov, "conversarão a respeito provavelmente esta semana".


O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado americano, Bob Menéndez, pediu ao governo Biden que apresente uma advertência à Rússia de que qualquer agressão à Ucrânia custará muito caro.


"Não podemos voltar a ter um novo momento Munique", disse o senador à rede de televisão CNN, em referência ao acordo de 1938 da França, Itália e Reino Unido com a Alemanha de Adolf Hitler, no qual os nazistas assumiaram o controle de parte do território tcheco. "Putin não vai parar na Ucrânia".


Mobilização do Ocidente

Em meio à escalada de tensões, vários países ocidentais anunciaram nos últimos dias o envio de soldados para o leste europeu, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deve propor nesta semana o envio de mais tropas para responder ao aumento da "hostilidade russa".


O anúncio foi cumprimentado pelo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e pelo ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.


A ministra da Defesa canadense, Anita Anand, cujo país dá assistência militar à Ucrânia, chegou ao país no domingo (30) para uma visita de dois dias e anunciou que o governo canadense mobilizou tropas militares no oeste.


Nesta semana, viajarão a Kiev, a capital ucraniana, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, sua colega alemã, Annalena Baerbock, e o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki.


Fonte: France Presse

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