segunda-feira, janeiro 31, 2022

Bandidos vendem dados de cartões de crédito em redes sociais

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Bandidos montaram um esquema on line de venda de cartões de crédito clonados. Os pacotes de venda são oferecidos em perfis de redes sociais.


A partir do vazamento de dados cadastrais ou de programas espiões que invadem celulares ou computadores, os criminosos oferecem informações de cartões de crédito clonados para serem utilizados em compras on line.


Para isso, cobram um preço menor que o saldo disponível nos cartões.


Os golpistas dividem as ofertas em categorias. Em uma delas, o comprador paga determinado valor, mas não sabe exatamente quanto terá disponível para compra - apenas um valor médio.


Por exemplo: se optar pelo cartão denominado "Classic", o interessado paga R$ 30 e pode receber até R$ 400 de saldo.


Quanto maior o limite do cartão clonado, maior o preço cobrado pelas informações negociadas ilegalmente.


Em outra tabela, mais cara, são negociados cartões com limites maiores e fixos. O vendedor cobra R$ 250 e entrega um saldo de R$ 1 mil.


Um dos anúncios promete até acesso ao aplicativo do banco para fazer consulta de limite.


Em outro perfil, não há garantia de aprovação da compra, nem do saldo da conta - o comprador tem 10 minutos para fazer a troca de um cartão recusado se a compra on line for bloqueada. Se não der certo de novo, não pode fazer outra troca.


O vendador recebe o pagamento por pix e, em seguida, envia ao comprador os dados do cartão clonado, como número, data de vencimento e código de segurança.


O esquema só envolve compras on line, já que não existe cartão físico.


A produção do RJ1 entrou em contato com alguns dos golpistas. Por meio de uma mensagem, um deles indica a compra de um cartão específico, pelo fato de ter todos os dados do dono e ficar mais fácil ter a aprovação.


"Pô, eu quero R$ 5 mil. Tu vai logar, vai ter os R$ 5 mil. A unitária, não tem como saber qual é o valor exato, tá ligado? Só a média", disse um bandido.

Por telefone, outro vendedor informa que o cartão é clonado.


"Ele não é um cartão seu, é um cartão clonado. Então, ele é um cartão que provavelmente, certamente, você e o próprio dono vão usar, entendeu? Mas aí, eu tenho controle aqui, entendeu? Do limite e tal. É como se tu tivesse comprando com seu próprio cartão, entendeu?", descreve outro golpista.

Os vendedores de cartões clonados são chamados de "cartãozeiros". Os compradores podem ser enquadrados como estelionatários e estão sujeitos a penas ainda maiores.


"O indivíduo que adquire esse cartão acredita que está protegido. Tudo que é feito na internet deixa rastros, deixa vestígios. Quem clona, tem uma pena de um a quatro anos. Quem pega esse cartão e faz as compras, comete uma modalidade de estelionato que é recente, chamada fraude eletrônica, com uma previsão de pena de quatro a oito anos", explicou o advogado especializado em cibercrime, Flávio Filizzola.


Na semana passada, uma estudante de Direito de São Paulo foi presa por estelionato por tentar usar dados de um cartão clonado para pagar uma hospedagem no Leblon.


Ingrid Caroline Gonçalves se disse vítima de um golpe. Mas segundo a polícia, ela não apresentou um cartão físico e admitiu já ter feito outras viagens pagas com o serviço de cartãozeiros.


Na ponta, quem sente o golpe são os clientes dos cartões originais.


O designer gráfico Victor Rocha conta que, no caso dele, o próprio banmco identificou a fraude.


"Eu recebi a notificação pelo celular dizendo que uma compra irregular havia sido identificada, fora dos meus padrões. O cartão foi automaticamente bloqueado".


Mesmo com os dispositivos de segurança, a dor de cabeça é inevitável, assim como a busca por uma proteção maior.


"Todos os produtos que eu tinha com assinatura perderam a forma de pagamento. Tive que refazer todas as formas de pagamento porque aquele cartão não era mais válido. Isso foi muito chato e trabalhoso. Hoje em dia eu gero um cartão virtual e utilizo esse cartão virtual para assinaturas recorrentes na internet".


Fonte: g1

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