segunda-feira, junho 28, 2021

'Não tenho como saber o que acontece nos ministérios', diz Bolsonaro sobre o caso Covaxin

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (28) que “não tem como saber o que acontece nos ministérios”, ao comentar com apoiadores o caso da compra da vacina Covaxin.


A compra pelo governo federal de doses da vacina indiana Covaxin se tornou o principal tema da CPI da Covid nos últimos dias.


O presidente Jair Bolsonaro discursa nesta segunda-feira (28) em Brasília, durante lançamento do Plano Safra, do Banco do Brasil, — Foto: Júlio Nascimento/PR


Em depoimento à comissão, o servidor do Ministério da Saúde e ex-chefe do setor de importação da pasta Luis Ricardo Miranda disse que identificou suspeitas de irregularidades na compra.


Ele e o irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), disseram que alertaram o presidente Jair Bolsonaro, em reunião no dia 20 de março, sobre as suspeitas.


Nesta segunda, ao sair do Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse a apoiadores que tem “confiança nos ministros” e não sabe de tudo o que acontece nas pastas.


“Eu recebo todo mundo. Ele que apresentou, eu nem sabia da questão, de como estava a Covaxin, porque são 22 ministérios. Só o ministério do Rogério Marinho [Desenvolvimento Regional], tem mais de 20 mil obras”, declarou.


“Então, eu não tenho como saber o que acontece nos ministérios. Vou na confiança em cima de ministros e nada fizemos de errado”, completou Bolsonaro.


Líder do governo

À CPI, o deputado Luis Miranda contou ainda que, quando fez a denúncia de suspeitas sobre o contrato ao presidente, Bolsonaro reagiu dizendo: "Isso é coisa de fulano", em referência a um parlamentar.


"Ele diz: 'Isso é coisa do fulano. [Palavrão], mais uma vez'. E dá um tapa na mesa”, relatou o parlamentar.


Miranda resistiu a apresentar o nome do parlamentar citado por Bolsonaro, mas, ao final de seu depoimento, afirmou que o era o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).


Senadores da CPI devem ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta segunda para apresentar uma notícia-crime contra o Bolsonaro.


Os parlamentares vão alegar que Bolsonaro cometeu prevaricação. Nesse caso, a prevaricação se configuraria, segundo os senadores, pela omissão de Bolsonaro ao não comunicar uma suspeita de irregularidade.


Suspeitas de irregularidades

Luis Ricardo Miranda, ex-chefe do setor de importação do Ministério da Saúde, disse que se recusou a assinar um documento (espécie de nota fiscal internacional) da compra da Covaxin, porque, segundo ele, havia suspeitas de irregularidades.


Entre os pontos suspeitos apresentados pro Luis Ricardo estão:


preço acima do contratado

números de doses menor que o contratado

documento em nome da empresa Madison, com sede em Cingapura. A fabricante da Covaxin, que consta no contrato, é a Barath Biotech


Fonte: G1

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