domingo, março 21, 2021

Velório de presidente da Tanzânia provoca aglomeração com população sem máscaras



A população da Tanzânia se despediu do presidente do país neste domingo (21). Cenas de aglomerações e uma multidão sem máscaras – em meio a pandemia – foram vistas no estádio de futebol onde o corpo de John Pombe Magufuli foi velado.


A causa da morte de Magufuli é cercada de mistérios, mas a grande suspeita é que ele tenha morrido de Covid-19. O presidente assumiu uma postura negacionista desde o início da pandemia e disse que o país estava livre da doença devido a orações.


A Tanzânia é um dos países mais populosos da África (60 milhões de habitantes) e, sob Magufuli, não fez esforços para obter vacinas ou promover o uso de máscaras e o distanciamento social (veja mais abaixo).


Presidente negacionista

O presidente estava sem fazer aparições públicas desde 27 de fevereiro e, oficialmente, morreu por problemas cardíacos.


Mas um de seus principais opositores, Tindu Lissu, afirmou que Magufuli foi vítima do novo coronavírus.


"Isto é justiça poética", disse Lissu. "O presidente Magufuli desafiou o mundo na luta contra o corona. Desafiou a ciência."

"Ele se negou a adotar as precauções básicas que são recomendadas às pessoas de todo o mundo", afirmou o opositor em entrevista a uma emissora de televisão do Quênia.


Até o anúncio da morte, o governo não dava informações sobre seu paradeiro — e inclusive prendia quem espalhasse boatos sobre a saúde do então presidente.


Negação da pandemia

Além de dizer que o país estava livre da pandemia "devido a orações", Magufuli afirmava que o novo coronavírus era proveniente de um demônio ocidental e fazia campanha contra o uso de máscaras e as vacinas.


"O coronavírus, que é um demônio, não pode sobreviver no corpo de Cristo. Ele queimará instantaneamente", afirmou Magufuli ao convocar as pessoas a irem às igrejas e mesquitas para orar.

O presidente declarou a Tanzânia "livre da Covid-19" em junho, dizendo que o vírus havia sido erradicado após três dias de oração nacional, também questionou testes e provocou os países vizinhos que impuseram medidas para conter o vírus.


Seu governo recomendava receitas caseiras — como uma bebida à base de gengibre, cebola, limão e pimenta — para eliminá-lo.


Mas, desde fevereiro, a Tanzânia vivencia uma onda de mortes atribuídas pelo governo a pneumonias.


Oficialmente, o país tem apenas 509 casos confirmados de Covid e 21 mortes. As últimas infecções e óbitos foram registrados em 8 de maio de 2020.


Fonte: G1

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