quarta-feira, março 03, 2021

Maranhão e Bahia acionam STF para que Bolsonaro remova postagens sobre repasses a estados

Os governos do Maranhão e da Bahia entraram na terça-feira (2) com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a remoção ou correção de informações consideradas falsas, divulgadas pelo Governo Federal em canais oficiais, sobre repasses de recursos feitos pela União aos estados.


Supremo Tribunal Federal (STF) — Foto: JN


As informações publicadas em uma rede social do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e em contas oficiais da comunicação do Governo Federal, em 28 de fevereiro. Na postagem, o presidente anuncia o valor dos repasses feitos pela União aos estados no ano passado.


Uma carta foi divulgada por 19 governadores na segunda-feira (1º) contestando as informações. Os estados afirmam, que os repasses são uma "obrigação constitucional" do governo federal e que a parcela efetivamente enviada para a área de saúde foi "absolutamente minoritária".


De acordo com os governadores, o valor dos repasses anunciados pelo presidente são referentes:


Ao FPE (Fundo de Participação dos Estados), anual de 2020;

Ao FPM ( Fundo de Participação dos Municípios), anual para os 5.570 do Brasil;

Recursos para a saúde (SUS). Transferência Obrigatória Federal, para as 27 unidades da federação e para os 5.570 municípios do Brasil;

Ao FUNDEB. Recursos da Educação para as 27 unidades da federação e os 5.570 municípios;

Valores pagos a beneficiários de Auxílio Emergencial residentes em cada unidade da federação;

Valores pagos a beneficiários de Bolsa Família residentes em cada unidade da federação;

Repasses voluntários ou por determinação judicial para combate à COVID-19, dentre outros.

Bolsonaro afirma que, no ano passado, foram repassados ao Maranhão, R$ 36 bilhões, sendo R$ 11,8 bilhões destinados ao auxílio emergencial. Segundo o governo do Maranhão, a União repassou ao estado apenas R$ 943 milhões ao estado destinados à Saúde e Assistência Social.


Deste recurso, R$ 251 milhões foram destinados para o combate da pandemia de Covid-19, com base na Lei Complementar nº 173 e, as demais transferências, cerca de R$ 9,7 bilhões, são referentes ao Fundo de Participação dos Estados.


Para Ricardo de Lima Sellos e Luiz Paulo Romano, procuradores gerais do Maranhão e da Bahia, a utilização de instrumentos de comunicação oficial do governo federal, custeados com dinheiro público e usados para produzir informações distorcidas, "fomentam a instabilidade política, social e institucional e devem ser cessadas imediatamente".


Por meio de uma rede social, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que o Estado quer debater judicialmente se é compatível o "uso doloso e reiterado de mentiras como ferramenta política".


"Ingressamos no STF, junto com a Bahia, contra fake news divulgada pelo governo federal sobre repasses de recursos aos estados. Queremos debater judicialmente se é compatível com a Constituição e o Estado de Direito o uso doloso e reiterado de mentiras como ferramenta política", disse Dino.

Os estados pedem que após a remoção, o Governo Federal corrija, em até 24 horas, as informações 'clareza e precisão das receitas mencionadas' pelo presidente. Em caso de descumprimento, pode ser aplicada uma multa diária de R$ 100 mil.


Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!