terça-feira, março 02, 2021

2 a cada 3 brasileiros com Covid que precisaram de intubação morreram, aponta levantamento

De 1° de março de 2020 até 24 de fevereiro deste ano, 2 a cada 3 brasileiros com Covid-19 que precisaram ser intubados morreram. Quando o paciente intubado está internado no SUS, o número é ainda maior: 7 a cada 10 morrem.


15 de abril: profissionais de saúde cuidam de paciente com Covid-19 na UTI do Hospital das Clínicas de Porto Alegre. — Foto: Silvio Avila/AFP


Os dados são da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), que tem monitorado UTIs do país na pandemia, tanto na rede pública quanto privada.


Veja os principais pontos:


Mortalidade e intubação

Considerando a rede pública e privada, 66,% dos que precisaram de intubação morreram. No SUS, esse índice foi de 71,%. Na rede privada, de 63%.


A necessidade de intubação nas UTIs públicas também foi maior. Nelas, 63,8% dos pacientes precisaram de ventilação mecânica. Na rede privada, o índice foi de 39%.

Mais da metade dos pacientes que precisaram de intubação ficaram em ventilação mecânica por mais de 7 dias. De forma geral, esse índice foi de 55,7%. No SUS, o índice foi de 50,3%; na rede privada, 59,3%.

Uma das explicações possíveis para a diferença entre público e privado é que, quando o paciente chega na UTI do SUS, já está mais grave, por causa do menor acesso à saúde, explica o intensivista Otávio Ranzani, epidemiologista da Universidade de São Paulo (USP).


"Ou que o SUS interna doente mais grave porque tem menos leito, o que tambem cai no ponto do acesso", lembra.


Os dados do levantamento apontam, por exemplo, que o escore de gravidade SOFA – calculado a partir de disfunções de seis órgãos – é o dobro entre pacientes nas UTIs do SUS comparados aos da rede privada. Nos leitos privados, o índice foi de 2,4. Nos públicos, de 4,8.


"Na UTI, nós damos suporte aos órgãos que param de funcionar. No caso, você vai acumulando disfunções de órgãos. Então, além do pulmão, também o rim e muitas vezes o coração – aqui damos um medicamento para deixar a pressão alta, droga vasoativa", explica Ranzani.


Fonte: G1

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