quarta-feira, fevereiro 03, 2021

Com problemas de infraestrutura, Hospital São Paulo oferece ovo como única proteína a doentes internados



Internados no Hospital São Paulo, localizado na capital paulista, reclamam que o ovo tem sido oferecido como única proteína aos pacientes. O hospital, que pertence à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), confirmou a informação e disse teve um problema na oferta de proteína animal na última semana, mas "que isso está sendo resolvido".


O fato do hospital fornecer todos os dias somente ovo aos pacientes virou motivo de reclamação dos doentes e de seus familiares para a entidade.


Mas os problemas do hospital vão além da comida. Pacientes relatam ainda falta de sabão, sabonete e papel higiênico nos banheiros. Sobre a falta destes itens, o hospital negou as denúncias, que estão sendo apuradas, agora, pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo. Para a entidade, o dinheiro que chega para manter a infraestrutura está sendo insuficiente.


A unidade é administrada por uma associação que fez um acordo com o governo - a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina - e atende a todas as especialidades médicas, em especial aquelas com procedimentos de alta complexidade.


Há 4 anos a TV Globo mostra que o hospital, localizado na Vila Clementino, enfrenta problemas de infraestrutura, com pacientes sendo internados em macas nos corredores, por exemplo. Pacientes relatam ainda que tiveram que comprar medicamentos e outros itens com dinheiro próprio.



"Feijão, arroz, dois ovos e brócolis e uma rodela de limão. E este é o café da tarde que é servido para os pacientes: uma bolachinha e um copinho de chá, acompanha às vezes de uma banana", relata um paciente.


Na programação semanal da cozinha do hospital não há carne, apenas arroz, feijão, macarrão e legumes. A nutricionista Ana Adélia, diretora da Associação Brasileira de Nutrição, afirmou que "comendo apenas isso, os pacientes ficam desnutridos". "Eles precisariam de outras fontes de proteínas como carnes ou suplementos", disse ela.


O hospital tem uma área de cobertura que abrange mais de 5 milhões de habitantes, além de atender pacientes de outros estados.


Patrícia Oliveira Martins tem um filho com fibrose cística, uma doença rara, que faz tratamento há 16 anos e está internado no hospital há 7 meses. Para evitar que o tratamento seja interrompido, ela mesmo compra medicamentos.


"Sexta-feira comprei 15 simedicona, porque não tinha, comprei 15 pra não faltar pro meu filho. Gastei R$ 50, porque peguei em oferta. se fosse normal iria sair R$ 90", disse ela.


Priscila Monteiro é outra que paga com dinheiro próprio remédios para a internação do filho, de 5 anos, que está no hospital internado há dois meses por causa de uma doença genética.


"Eles falam que não está chegando aqui e que não está tendo verba", disse ela.


Os Ministérios da Saúde e da Educação não se manifestaram sobre a situação do hospital, que é administrado pelo governo federal.


Fonte: G1

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