quarta-feira, outubro 21, 2020

'Vote em Trump ou vamos atrás de você': eleitores da Flórida recebem e-mails ameaçadores

Autoridades da Flórida investigam a origem de uma série de e-mails enviados a eleitores registrados como democratas, supostamente mandados pelo grupo extremista "Proud Boys", que exigem, em tom de ameaça, o voto no presidente Donald Trump nas eleições presidenciais de 3 de novembro.


Eleitores votam antecipadamente na prefeitura de Miami Beach, na Flórida, na terça-feira (20) — Foto: Chandan Khanna/AFP


O conteúdo da mensagem, divulgada pela imprensa local, diz, após identificar o destinatário com nome e endereço: "Temos todas as suas informações. Você está registrado como democrata (...) Vai votar em Trump no dia das eleições ou vamos atrás de você".


E conclui: "Saberemos em qual candidato você votou. Eu, no seu lugar, levaria isto muito a sério".


A polícia do condado de Alachua, no norte da Flórida, afirmou estar a par de um e-mail "supostamente dos Proud Boys" e que está investigando, juntamente com a autoridade eleitoral da Flórida e o FBI, polícia federal americana.


"Este e-mail parece ser uma fraude e vamos iniciar uma investigação sobre sua origem com a assistência de nossos parceiros em nível federal", escreveu a polícia no Facebook.


Eleitor de Donald Trump veste camiseta com a frase ‘Proud Boys não fizeram nada errado’ do lado de fora da emissora do Perez Art Museum, em Miami, onde a emissora NBC Bews realiza evento com o presidente, em 15 de outubro — Foto: Chandan Khanna/AFP


O jornal local "Miami Herald" reportou que estudantes da Universidade da Flórida receberam as mensagens, enviadas pelo remetente info@officialproudboys.com.


Os Proud Boys, identificados como um grupo de ódio extremista pela organização Southern Poverty Law Center (SPLC) - que mantém um registro nacional de grupos de ódio - ganhou as manchetes do país recentemente quando Trump, candidato à reeleição, se negou a condená-los durante o debate com o seu adversário, o democrata Joe Biden.


O presidente pediu-lhes, ao contrário, para "recuar e esperar".


Enrique Tarrio, líder dos Proud Boys e diretor na Flórida do Latinos por Trump, afirmou nesta quarta-feira (21) ao jornal "The Wasghinton Post" que seu grupo não está envolvido no envio destes e-mails.


Um porta-voz do Partido Republicano disse à AFP que o grupo Latinos por Trump não é o mesmo filiado ao partido e negou qualquer vínculo com os Proud Boys.


De acordo com o "The Wasghinton Post", também foi reportada a recepção de mensagens similares em Pensilvânia (nordeste), Arizona (sudoeste) e Alasca.


Exceto este último, onde o presidente tem a vitória quase garantida, os demais estados, assim como a Flórida (sudeste), são estados-chave nos quais Biden mantém uma pequena vantagem e que Trump espera virar a seu favor a menos de duas semanas para as eleições.


Segundo a SPLC, os Proud Boys são um grupo de ultradireita que apoia o nacionalismo branco - embora Tarrio se identifique como afro-cubano - e que é conhecido por sua retórica antimuçulmana e misógina.


Fonte: France Presse

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