domingo, agosto 23, 2020

Após 5 meses de pandemia, rotas aéreas ativas são pouco mais da metade de 2019, aponta Anac

 Cinco meses após o início dos efeitos do coronavírus na economia, o setor aéreo brasileiro começa a ensaiar uma retomada, mas o número de rotas disponíveis dentro do país até julho ainda era pouco mais da metade do oferecido antes da pandemia, apontam dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).


Passageiros na fila para vistoria de bagagens no aeroporto de Salvador, durante a pandemia — Foto: Will Recarey
Passageiros na fila para vistoria de bagagens no aeroporto de Salvador, durante a pandemia — Foto: Will Recarey


O encolhimento da malha aérea atinge cidades do interior dos estados, de menor porte, e também aeroportos que servem basicamente a destinos turísticos nacionais, fortemente afetados pela pandemia (veja mais abaixo).


Segundo a Anac, em abril, no auge dos efeitos recessivos da pandemia, o Brasil contava com 125 rotas domésticas ativas, ou seja, ligações entre dois aeroportos dentro do país com oferta de ao menos um voo regular.


Esse número equivale a menos de um terço (29%) do registrado em abril de 2019, quando eram 431 ligações ativas.


Assim como em outros segmentos da economia, desde abril o setor aéreo ensaia uma retomada. Desde então, 106 rotas domésticas foram reativadas, com o total chegando a 231 em julho.


Mesmo assim, esse número é pouco mais da metade (56,2%) das 411 que estavam em operação em julho do ano passado.


As empresas aéreas têm liberdade para ajustar a oferta de voos, por isso o número de ligações costuma variar ao longo dos meses, de acordo com a demanda, que costuma subir em períodos de férias ou no Carnaval, por exemplo.


Apesar de ainda estar longe dos números anteriores à pandemia, o movimento de passageiros, que chegou a cair mais de 90% em alguns aeroportos, vem crescendo.


No aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, o movimento da primeira quinzena de agosto equivale a 17% da média antes da pandemia. No aeroporto de Salvador (BA), chega a 20% e, em Confins, que atende à capital mineira Belo Horizonte, a 22,3%.


De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), atualmente o país tem média diária de cerca de 700 decolagens para voos domésticos, cerca de 30% do esperado antes da crise.


A Anac informou que o número de aeroportos atendidos por voos vem crescendo em agosto (+11,43%), por isso o total de rotas ativas também pode subir até o final deste mês.


Interior e destinos turísticos

Todas as capitais, além de algumas cidades do interior, como Uberlândia (MG), São José do Rio Preto (SP), Imperatriz (MA) e Porto Seguro (BA), contavam com ligação aérea neste mês de agosto, de acordo com levantamento da Abear.


A suspensão de rotas atinge muitos aeroportos que atendem basicamente a destinos turísticos do país, fortemente afetados pela pandemia, como Jericoacoara (CE), Valença (BA), Caldas Novas (GO) e Bonito (MS). Atinge também cidades de menor porte no interior dos estados.


Segundo o levantamento da Abear, outros exemplos de aeroportos que estavam sem ligação em agosto são:


Aeroporto do Vale do Aço, em Ipatinga (MG);

Aeroporto de Macaé (RJ);

Aeroporto de Caxias do Sul (RS);

Aeroporto de Uberaba (MG);

Aeroporto de Parauapebas (PA);

Aeroporto de Ponta Grossa (PR);

Aeroporto de Cruzeiro do Sul (AC);

Aeroporto de Ji-Paraná (RO).


Esses aeroportos, aponta o levantamento, registravam, em março, entre uma e 32 decolagens semanais.


Anac

O G1 perguntou à Anac se a suspensão das rotas e ausência de ligação aérea com parte do interior do país gera algum prejuízo e se há alguma medida em estudo para ampliar a oferta de voos.


A agência respondeu que a oferta de voos "é ajustada conforme a demanda de passageiros” e que a tomada decisão sobre essa oferta “é feita diretamente pelas companhias aéreas”, sem intervenção do regulador.


“Entretanto, tendo em vista o cenário em que vivemos devido à pandemia do novo coronavírus, o Governo Federal, ANAC e empresas aéreas definiram, em março, uma malha aérea essencial para que todos os estados brasileiros fossem atendidos pelo transporte aéreo, mesmo com a queda de mais de 90% na demanda por voos”, informou a Anac.


A agência informou ainda que liberou, no início de agosto, a vendas de assentos por empresas de táxi aéreo, e que essa medida tem o objetivo de cobrir “eventual demanda de menor porte” por transporte aéreo, “principalmente em cidades do interior.”


De acordo com a Anac, “o transporte aéreo vem se ajustando à demanda”, mas, devido à pandemia, “a procura por voos ainda é menor do que o habitual, fazendo com que o número de cidades atendidas e a oferta de voos seja adequada à real necessidade da população, como ocorre durante altas e baixas temporadas, por exemplo, entre outros fatores”.


Fonte: G1

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