domingo, outubro 27, 2019

'Rei Arthur' é solto horas após ser preso em Miami, diz advogado

O empresário Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, o Rei Arthur, preso na manhã desta sexta-feira (25) pela imigração dos Estados Unidos, em Miami, foi liberado no fim do dia e já estava em casa por volta das 20h30, segundo seus advogados.

Arthur Soares é acusado pela da Lava Jato de atuar na compra de votos para trazer a Olimpíada de 2016 para o Rio. Estava foragido desde 2017 e constava da lista de procurados da Interpol – a polícia internacional. A prisão, no entanto, foi feita por agentes da imigração americana, por outro motivo: falta de visto.

Em nota, a defesa afirmou que houve um "equívoco burocrático" que foi "devidamente sanado". "Arthur Soares se encontra em casa", diz o texto, negando que Arthur seja "foragido".


Segundo o governo americano, Arthur Soares entrou nos Estados Unidos em setembro de 2015 como não-imigrante e não foi embora do país no período estipulado pelas autoridades. Em nota, divulgada antes de os advogados dizerem que o empresário havia sido solto, o governo chegou a dizer que ele estava "sob custódia à espera da deportação".

Vida de luxo em Miami
Entre outros crimes, o empresário é acusado de envolvimento na compra de votos para a eleição do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016.

'Rei Arthur' chegou a ter R$ 3 bilhões em contratos com o Estado do Rio
Arthur leva uma vida de luxo na cidade americana, como mostrou uma reportagem do Fantástico do dia 18 de agosto.

"Ele é chamado de Rei Arthur porque, ao longo de muitos anos, ele teve os maiores contratos com o Estado do Rio de Janeiro. Isso possibilitou a ele arrecadar um patrimônio milionário, talvez bilionário", explicou o procurador da República Stanley Valeriano.

Confissão de Cabral
Em depoimento em julho deste ano, o ex-governador Sérgio Cabral admitiu que comprou por US$ 2 milhões os votos que garantiram a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016.

No processo, Cabral é acusado pelo Ministério Público Federal de envolvimento em um suposto esquema de compra de votos no Comitê Olímpico Internacional (COI).

Os investigadores querem saber se houve fraude na eleição do Rio para receber os Jogos Olímpicos. Arthur Soares é um dos denunciados por corrupção devido à suspeita da compra de votos.

Lamine Diack e o filho dele, Papa, são acusados de intermediar o pagamento deste dinheiro.


Vida de luxo com recursos públicos
Depois da reportagem do Fantástico, o Ministério Público Federal (MPF) se manifestou dizendo que o dinheiro que pagava o luxo com o qual vivia em Miami foi tirado dos cofres públicos do Estado do Rio de Janeiro.

“Nós podemos dizer, com certeza, que ele está usufruindo do dinheiro que ele tirou dos cofres públicos brasileiros, dos cofres públicos da sociedade carioca, e que o cidadão carioca deixou de ter um serviço pra que ele pudesse desfrutar da sua Maserati", explicou Valeriano.

O carro que Rei Arthur dirige nos Estados Unidos e a que o procurador se refere custa R$ 530 mil no Brasil.

Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, é suspeito de envolvimento na compra de votos para transformar o Rio em sede olímpica dos Jogos de 2016 — Foto: Reprodução/ Fantástico
Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, é suspeito de envolvimento na compra de votos para transformar o Rio em sede olímpica dos Jogos de 2016 — Foto: Reprodução/ Fantástico

Na ocasião, a reportagem mostrou que em um dos momentos de lazer, Arthur Soares foi visto almoçando em um dos melhores restaurantes japoneses de Miami, onde uma refeição custa, em média, o equivalente a R$ 600 por pessoa.

Quando saiu do país, em abril de 2017, Arthur Soares foi morar em uma mansão, na ilha de Key Biscaine, um dos bairros mais caros de Miami. Atualmente, Arthur Soares mora em outra casa, aparentemente mais simples, com acesso direto para rua, como mostrou o Fantástico.

Contratos com o governo Cabral
Durante os dois mandatos de Cabral, Arthur Soares chegou a ter R$ 3 bilhões em contratos com o governo. Suas empresas prestavam serviços a pelo menos 10 secretarias estaduais.

Segundo os procuradores, em troca das vantagens para as suas empresas, Arthur Soares fez pagamentos indevidos a diferentes pessoas da organização criminosa comandada pelo ex-governador, tanto no Brasil como no exterior.

Fonte: G1

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