quinta-feira, agosto 08, 2019

Paulo Guedes diz que é possível 'cabeça rolar' no Coaf e defende aperfeiçoamento do conselho

Resultado de imagem para Paulo Guedes diz que é possível 'cabeça rolar' no Coaf e defende aperfeiçoamento do conselhoO ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira (7), ao responder a jornalistas, que ainda não decidiu se o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Roberto Leonel, permanecerá na chefia do órgão. Segundo Guedes, é possível "uma cabeça rolar" no conselho que saiu recentemente do guarda-chuva do ministro da Justiça, Sergio Moro.

Leonel foi indicado para o comando do Coaf – órgão-chave no controle da lavagem de dinheiro – por Sergio Moro quando o conselho ainda era vinculado ao Ministério da Justiça. Por decisão do Congresso Nacional, o Coaf retornou em maio à estrutura do Ministério da Economia.

Servidor de carreira da Receita Federal, Roberto Leonel trabalhou com Moro na Operação Lava Jato quanto era chefe da área de inteligência do Fisco em Curitiba, cargo que ocupou por 22 anos.

Embora tenha admitido a troca na presidência do Coaf, Paulo Guedes ressaltou que a solução para a crise envolvendo o órgão de controle, mais do que troca de pessoas, "exige um aperfeiçoamento institucional".

"Toda vez que tem uma aparente crise institucional, a solução é um avanço e um aperfeiçoamento institucional, não é só uma cabeça rolar. Uma cabeça rolar pode até acontecer, mas desde que haja um avanço institucional”, declarou Paulo Guedes ao ser questionado por repórteres na portaria do Ministério da Economia sobre a possibilidade de trocar o comando do Coaf.

A pressão de aliados do presidente Jair Bolsonaro nos bastidores para que Roberto Leonel seja demitido começou após o presidente do Coaf criticar a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, de suspender todos os inquéritos e investigações baseados em dados compartilhados pelo conselho de controle sem autorização judicial.

A decisão de Toffoli – tomada em julho – atendeu a um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), um dos cinco filhos do presidente Jair Bolsonaro. Flávio é alvo de um

No fim de 2018, relatório do Coaf apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O documento revelou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, que havia atuado como motorista e assessor de Flávio Bolsonaro à época em que o parlamentar do PSL era deputado estadual.

Questionado na noite desta quarta-feira sobre se manteria Roberto Leonel na presidência do Coaf, Guedes admitiu que pode substitui-lo, "se for o caso".

"Eu estou o tempo inteiro dizendo que eu trabalho com métodos, processos e aperfeiçoamentos institucionais. Pessoas são consequência. Se você quiser fazer isso, você bota um determinado tipo de pessoa. Se você quer fazer outra coisa, você bota outra pessoa. O mais importante de tudo é o aperfeiçoamento institucional", respondeu o ministro da Economia.

'Avanço institucional'
Paulo Guedes defendeu ainda que um aperfeiçoamento do Coaf vai impedir suspeitas de que sua atuação do órgão de controle possa ser usada para proteger ou perseguir pessoas e até mesmo outros poderes.

“Quando aquilo começa a gerar conflitos, suspeitas, você tem que dar resposta institucional definitiva. De modo que não haja mais suspeitas, maus entendidos, nós temos que atender, simultaneamente, exigência de transparência, de fim de impunidade", disse o titular da Economia.


"Por um lado, você tem que atender, com aperfeiçoamentos institucionais, esse tipo de coisa. Por outro lado, não pode haver excessos que joguem suspeitas sobre pessoas que não estão sendo investigadas ou que não são suspeitas de nada”, complementou Guedes.

Paulo Guedes não deixou claro, no entanto, que tipo de mudanças podem ser feitas na estrutura do Coaf. Ele disse apenas que, na visão dele, "isso é de solução relativamente rápida".

"Eu acho que semana que vem está tudo resolvido, é uma expectativa que eu tenho."

Fonte: G1

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