sábado, junho 09, 2018

Professor agredido por coordenador de escola durante rescisão de contrato no DF diz que se sente humilhado

Professor Cristiano Alexandre Batista, que foi agredido em escola particular do DF (Foto: Reprodução/TV Globo)
Professor Cristiano Alexandre Batista, que foi agredido em escola particular do DF (Foto: Reprodução/TV Globo)

O professor Cristiano Alexandre Batista, agredido pelo coordenador da escola onde trabalhava com empurrões e socos durante a rescisão do contrato, em Brasília, disse nesta sexta (8) que se sente humilhado com a situação. O vídeo com as agressões ganhou repercussão (veja vídeo abaixo).

"Foi humilhante. Ele veio para cima de mim e proferiu golpes sobre a minha cabeça, meu ouvido, a costela onde estou com hematoma."

Nas imagens da câmera de segurança do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares (Sinproep-DF), onde era feita a negociação para o fim do contrato de trabalho, é possível ver que o coordenador do colégio Logos, Paulo Victor Bezerra, está de pé. Batista aparece sentado.

Em determinado momento, Batista se levanta e discute com Bezerra. Segundos depois, o representante da escola na negociação empurra o professor que, já no chão, recebe vários golpes na cabeça e no tronco.

Em nota, o colégio Logos informou que o funcionário da escola foi insultado por Batista e que ele "apenas tentou se defender". Ainda assim, a instituição afirmou que "repudia esse tipo de atitude".

De acordo com o diretor jurídico do Sinproed, Rodrigo de Paula, o sindicato vai entrar com uma representação no Ministério Público do Trabalho contra a escola (veja mais abaixo).

"Nós lamentamos muito que, na casa do professor, ele seja agredido de forma tão violenta como aconteceu ontem [quinta]."

Transplante renal e atestados médicos
Cristiano Alexandre Batista, que é transplantado renal há 11 anos, trabalhava há nove meses como professor de espanhol na escola. Ele disse que a discussão começou porque, na hora de homologar a demissão, pediu ao sindicato para fazer duas ressalvas.

"Uma ressalva era a respeito de demissão, eu ainda estando de atestado médico. Outra ressalva era com relação a três dias de trabalho que foram descontados da minha rescisão", explicou. Segundo o professor, o representante da escola ficou irritado.

"Disse que eu não tinha direito nenhum de fazer essas ressalvas, e eu insistindo."
De acordo com Batista, nesse momento ele já estava de pé e Bezerra o ameaçou. "Ele disse que se fosse aqui fora, iria quebrar minha cara e me chamou de moleque. Aí eu retruquei. Disse para ele que eu não era moleque e que se quisesse quebrar minha cara, quebraria dentro da instituição, porque aqui fora eu não iria sair."

O advogado da escola, Edemilson Macedo, disse ao G1 na quinta-feira que "na negociação, o professor começou a ofender o colégio e a pessoa do Paulo. Quando estavam em pé, o Paulo interpretou que o professor ia agredí-lo, e se defendeu."

"É alguém [o professor] que já vinha apresentando problemas disciplinares."
Questionado sobre quais problemas seriam, o advogado disse que não poderia detalhar porque "a escola busca, sempre, preservar os seus colaboradores".

O sindicato dos professores particulares do DF afirma que já há procedimentos no Ministério Público do Trabalho pelo fato de o Colégio Logos não aceitar atestados médicos. "Temos vários professores que estão acompanhando este inquérito, inclusive como vítimas", disse o diretor jurídico Rodrigo de Paula.

"Vamos reforçar a representação no MPT. Individualmente, o professor estará movendo ação contra a escola."

Fonte: G1

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