quarta-feira, maio 02, 2018

Bombeiros vão usar drones com câmera de calor na busca por vítimas de prédio que desabou em SP


As equipes de resgate do Corpo de Bombeiros vão usar câmeras que detectam calor instaladas em drones nas buscas por sobreviventes do desabamento em prédio no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, ocorrido na madrugada desta terça-feira (1º). Os trabalho vão prosseguir pela madrugada desta quarta (2).

A câmera térmica é capaz de separar o calor da pele humana e detectar pessoa com sobrevida.

Havia no prédio 372 pessoas, de 146 famílias, segundo o Corpo de Bombeiros. Dessas, 44 pessoas ainda não foram localizadas --o que não significa necessariamente que todas estivessem no prédio.

Muitos moradores preferiram ficar no Largo do Paissandu em vez de ir aos centros de acolhimentos da Prefeitura. Eles disseram que iria passar a madrugada por ali.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros, capitão Marcos Palumbo, afirmou que a corporação vai levar 48 horas para começar a mexer na estrutura do edifício de 24 andares que desabou em incêndio nesta madrugada no Centro de São Paulo. Os trabalhos no local devem durar uma semana.

Palumbo informou que se trabalha no momento com uma única pessoa que está sendo buscada. Trata-se de um homem que estava sendo resgatado por bombeiros no momento do desabamento do prédio. Também não há informação sobre possíveis mortos. Um bombeiro que tentou resgatar o morador disse que se tivesse mais 30 ou 40 segundos teria conseguido salvá-lo.

Segundo Palumbo, durante as buscas por possíveis feridos e na retirada de escombros nas primeiras 48 horas, o uso de equipamentos como retroescavadeiras só será feito na área do entorno da edificação. Na área que envolve a estrutura do prédio, serão feitos, inicialmente, somente trabalhos manuais para garantir a segurança dos bombeiros e de possíveis feridos.

“Em 48 horas, não vamos mexer na parte estrutural, só limpeza no entorno do local. É necessário fazer esse tipo de atuação, porque se não fizer, uma retroescavadeira pode bater lá dentro e afetar as estruturas”, disse Palumbo.

Bombeiros combatem focos de incêndio nos escombros do prédio que caiu (Foto: Celso Tavares/G1)
Bombeiros combatem focos de incêndio nos escombros do prédio que caiu (Foto: Celso Tavares/G1)

Nesta primeira fase, o trabalho dos Bombeiros vai se concentrar na refrigeração da estrutura que caiu. Após 48 horas, vão começar a mexer nos escombros com o maquinário, mesmo assim, de forma delicada para não afetar possíveis sobreviventes. Enquanto isso, as buscas serão feitas com cães farejadores e sensores de calor.

'[O prazo de 48 horas] é um prazo estabelecido até por órgãos internacionais, para que a gente não mexa lá dentro pela possibilidade de vítima [...]. A gente não pode tirar os escombros de forma aleatória", disse.

“O próprio concreto está muito quente. A edificação está em movimentação... Se removo parte de concreto, de tijolo, tem risco de partes superiores desabarem em cima dos bombeiros."

MP investiga

Após o desabamento, o Ministério Público de São Paulo reabriu a investigação sobre as condições estruturais do prédio. A promotoria de Habitação e Urbanismo havia pedido, em 16 de março deste ano, o arquivamento do inquérito após a Defesa Civil ter feito uma vistoria no prédio de 24 andares e afirmar que não havia risco estrutural na edificação.

O arquivamento havia sido pedido pelo promotor Marcus Vinicius Monteiro dos Santos. No documento, ele mencionava que "não foram constatadas anomalias que implicassem riscos naquela edificação, embora a instalação elétrica estivesse em desacordo com as normas aplicáveis, assim como o sistema de combate a incêndio".

A Defesa Civil fará vistoria em 70 imóveis ocupados em São Paulo para saber em que condição estão.

Dos cinco imóveis interditados, quatro são prédios próximos ao que desabou e um é a igreja:

Igreja na Avenida Rio Branco, 34 (interdição total por falta de segurança)
Prédio na rua Antônio de Godói, 8 e 25 (interdição total por falta de segurança)
Prédio na rua Antônio de Godói, 35 (interdição total por falta de segurança)
Prédio no Largo do Paissandu, 132 (interdição total por falta de segurança)
Prédio no Largo do Paissandu, 138 (interdição total por falta de segurança)

Fonte: G1

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