quinta-feira, dezembro 28, 2017

PM do RN segue sem ir às ruas e Polícia Civil decide nesta quinta sobre retorno

Viaturas paradas em frente ao 5º batalhão, na Zona Oeste de Natal. Policiais não saíram às ruas por causa do atraso salarial. Foto do dia 19 de dezembro (Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi)
Depois de um encontro com a Delegacia Geral de Polícia Civil (Degepol), os policiais civis e delegados do Rio Grande do Norte marcaram para esta quinta-feira (28) a assembleia para definir os rumos do movimento de protesto conta os atrasos salariais. Os PMs também se reuniram nesta quarta (27) e mantêm a posição de não ir às ruas.

De acordo com o delegado-geral de Polícia Civil, Correia Júnior, a Degepol propôs a agentes e delegados que retomem o trabalho em regime de 6h, para que não precisem se deslocar para almoçar e gerar ônus, visto que os pagamentos estão em atraso. Além disso, a Delegacia Geral diz que disponibilizará viaturas para buscar os servidores em casa.

Desde a semana passada, a Polícia Civil trabalha em regime de plantão, atendendo a população nas DPs de Plantão das Zonas Norte e Sul e na Central de Flagrantes.

O Sindicato dos Policiais Civil e Servidores da Segurança (Sinpol) e a Associação de Delegados de Polícia do RN informaram, através de suas assessorias de comunicação, que se reúnem na manhã desta quinta (28) para deliberar sobre a proposta.

Já os policiais militares se encontraram com integrantes das diretorias das associações que representam a categoria para tratar da ação judicial que julga ilegal o movimento. De acordo com o subtenente Eliabe Marques, que preside a Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN), a intenção foi explicar aos PMs a situação.

Marques afirma que a movimentação de não ir às ruas não partiu da Associação, e sim de ações individuais de cada policial. Eles dizem que não saem dos batalhões sem condições para exercer o trabalho. A ASSPMBMRN informará isso à Justiça, com a intenção de inviabilizar a ação de ilegalidade, já que o argumento dos PMs é de que não existe uma greve orquestrada pelas organizações representativas.

Ainda segundo Eliabe Marques, mesmo se o Governo do Estado cumprir o calendário proposto e pagar os servidores na sexta-feira (29), os policiais militares não retomam as atividades normais. Isso porque, de acordo com ele, a luta é por melhores condições de trabalho.

Crise
Com salários atrasados, o estado enfrenta paralisações da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil. Eles pedem regularização dos salários atrasados e melhores condições de trabalho. Desde a terça-feira (19), PMs se negam a sair dos batalhões da capital e do interior e policiais civis trabalham em regime de plantão. Em uma semana sem polícia na rua, o RN registrou 50 homicídios e mais de 360 roubos.

Nesta quarta (27), o comando da PM deu um prazo de cinco dias para que os comandantes dos batalhões e companhias apresentem os custos e necessidades de equipamentos de proteção individual dos policiais e das viaturas.

Ajuda financeira
O próprio governador anunciou nas redes sociais - no dia 21 de dezembro - que o RN receberia R$ 600 milhões do governo federal e divulgou caledário de pagamento dos salários de novembro, dezembro e 13º. Mas o Ministério da Fazenda negou o repasse após recomendação do Ministério Público de Contas.

Na terça (26), a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou que está em estudo no Ministério da Fazenda e no Banco Mundial um plano para ajudar o Rio Grande do Norte. Segundo ela, a ajuda não envolverá recursos da União, mas, sim, um empréstimo do Banco Mundial ao estado.

Fonte: G1

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