segunda-feira, outubro 23, 2017

Estudante baleado em atentado conta que viu colega ser morto em escola de Goiânia

Hyago Marques, de 13 anos, baleado durante ataque em colégio de Goiânia se recupera em casa  (Foto: Giovanna Dourado/TV Anhanguera)O estudante Hyago Marques, de 13 anos, que foi baleado durante atentado na escola onde estuda, em Goiânia, contou que lembra do momento dos tiros. O garoto afirmou que viu o colega João Pedro Calembo, também 13 anos, ser morto. Além dele, João Vitor Gomes também não resistiu e outras três adolescentes estão internadas.
“Eu estava fora da sala conversando com a professora quando houve o primeiro tiro. Ela voltou para dentro da sala e pediu para todo mundo sentar. Eu estava indo para o meu lugar quando ele disparou no João Pedro, viu que eu vi e atirou em mim. Fiquei muito assustado na hora”, disse ao G1.
O adolescente conta que, a princípio, perdeu a força nas pernas e caiu no chão, mas não percebeu que havia sido baleado. Ele contou ainda que conseguiu se arrastar até a sala vizinha e só então compreendeu o que tinha acontecido.
“Na hora eu senti uma queimação e não estava conseguindo andar. Nesse hora fiquei com medo de ficar paraplégico. Eu não estava acreditando. Quando sentei na cadeira da outra sala que levantei minha camiseta que eu vi que estava baleado”, relatou.

João Pedro Calembo (à esquerda) e João Vitor Gomes foram mortos a tiros durante ataque (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
João Pedro Calembo (à esquerda) e João Vitor Gomes foram mortos a tiros durante ataque (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Depois de ouvir vários disparos e os alunos gritando e correndo, Hyago também se levantou e conseguiu correr para fora da escola. Ele conta que viu a colega Marcela Rocha Macedo, de 13 anos, que estava apavorada após também ter sido baleada,
“Eu vi a Marcela sendo carregada para o carro do meu pai. Ela gritava muito que ia morrer, que estava doendo. Meu pai e o pai dela foram conversando com ela para ela se acalmar. A Lara eu também vi quando saí da escola e estávamos na mesma loja, mas ela estava calada, não falava nada”, comentou.
O garoto participa de um churrasco simples com a família neste domingo (22) para celebrar a sua recuperação. Ele foi o primeiro a receber alta dos quatro baleados. O garoto está com a bala alojada na coluna perto do coração e não deve ser removida, porque seria uma cirurgia de risco e, no local, não atrapalha a movimentação do menino.
Depois do susto, o estudante contou que retomar a rotina normal assim que possível. Ele disse que perdoa o colega, mas acredita que "nada justifica" a atitude dele. Os pais dele afirmaram estar agradecidos pelo adolescente não ter sequelas piores do ocorrido.
Feridos
No Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), ainda estão internadas Isadora de Morais, 14, e Marcela Rocha Macedo, 13. No entanto, a assessoria de imprensa da unidade de saúde informou que não irá mais divulgar informações sobre elas a pedido dos familiares.
A única que não está internada no Hugo é Lara Fleury Borges, de 14 anos, que está internada no Hospital dos Acidentados. O G1 entrou em contato com a unidade de saúde neste domingo, mas o hospital informou que não está autorizado a passar informações sobre a paciente.
As vítimas João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, ambos de 13 anos, morreram no atentado. Os corpos deles foram enterrados no sábado, em cemitérios de Goiânia.
Atentado
O crime aconteceu na manhã de sexta-feira (20) em uma sala de aula do 8º ano do Colégio Goyases, no Conjunto Riviera, em Goiânia. O garoto disse à Polícia Civil que se inspirou em massacres como o de Columbine e Realengo. Ainda conforme depoimento do adolescente, ele levou a pistola .40 da mãe para a escola dentro da mochila. Além das mortes de João Vitor e João Pedro Calembo, outros quatros alunos, da mesma sala, foram baleados. Um deles, Hyago Marques, recebeu alta neste domingo e já se recupera em casa, mas outros três continuam internados.

O professor Flávio Roberto de Castro, presidente do Sindicato de Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiás (Sepe), informou que as atividades no Colégio Goyases, onde ocorreu a tragédia, ainda não têm data para serem retomadas. Ele ressaltou ainda que a escola vai fazer uma reunião com a comunidade para preparar os alunos e as famílias para o retorno às aulas.

Fonte: G1

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